O filme "A Herdade", de Tiago Guedes, ficção sobre uma família portuguesa ao longo do século XX, entre a ditadura e a democracia, estreia-se hoje em mais de 70 salas de cinema.
Produzido por Paulo Branco, "A Herdade" chega aos cinemas portugueses depois de ter tido estreia mundial em agosto, no festival de Veneza, onde esteve integrado na competição oficial e foi distinguido pela crítica independente, tendo sido exibido depois no festival de cinema de Toronto.
"A Herdade", com argumento de Rui Cardoso Martins e Tiago Guedes, a partir de uma ideia de Paulo Branco, é o candidato de Portugal a uma nomeação para os Óscares (EUA) na categoria de Melhor Filme Internacional e para os Goya (Espanha).
O elenco é encabeçado por Albano Jerónimo, no papel de João Fernandes, "um homem carismático, daqueles maiores do que a vida", dono de um dos maiores latifúndios da Europa, na margem sul do rio Tejo, afirmou Tiago Guedes na nota de intenções.
"Ambos, o homem e a terra, começam grandiosos, imperiais, mas com o decorrer dos eventos vão revelando as imperfeições, as zonas cinzentas, e tanto um como o outro se começam a desmoronar", explicou o realizador, sublinhando que lhe interessava filmar "essas transformações humanas e territoriais".
"A Herdade" é "um filme de personagens, de actores, de interpretações fortes, da grandeza das paisagens que os envolvem e das consequências dos segredos que transportam", resumiu.
Além de Albano Jerónimo, o filme conta com a participação de Sandra Faleiro, Miguel Borges, João Pedro Mamede, João Vicente, Ala Vilela da Costa, Rodrigo Tomás, Beatriz Brás, entre outros.
O filme deu já origem a uma minissérie de três episódios, coproduzida pela RTP, que será exibida no final de 2020 pelo canal ARTE France.
Tiago Guedes, autor de filmes como "Entre os dedos" e "Coisa ruim", ambos correalizados com Frederico Serra, tem ainda por estrear a longa-metragem "Tristeza e Alegria na Vida das Girafas", exibido este ano no IndieLisboa.
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