“Este ano marca o maior número de bolseiros, atribuindo 100 mil dólares (cerca de 94 mil euros) a 18 artistas por projetos artísticos de impacto, que propõem soluções ousadas para enfrentar a crise climática, recuperar e elevar o conhecimento indígena, e imaginar e construir futuros sustentáveis”, lê-se num comunicado hoje divulgado pela Open Society Foundations no seu ‘site’ oficial.
Entre os 18 bolseiros escolhidos este ano está Mónica de Miranda, uma artista portuguesa de origem angolana, que nasceu no Porto, em 1976, e vive e trabalha entre Lisboa e Luanda.
As bolsas de 2023 centram-se no tema “Arte, Terra e Memória Pública”, com foco em artistas que “desenvolvem projetos que oferecem soluções tangíveis para se lidar com os danos ambientais”.
Através da bolsa Soros Arts, a Open Society Foundations já atribuiu mais de três milhões de dólares (cerca de 2,8 milhões de euros) a 29 artistas de todo o mundo, sendo “os 1,7 milhões de euros deste ano o valor mais elevado até à data”. A bolsa teve um hiato em 2021-2022, durante a pandemia da COVID-19, “altura em que foram atribuídos mais de 500 mil dólares (cerca de 472 mil euros) aos bolseiros já existentes”.
No comunicado, a Open Society Foundations destaca alguns dos projetos, incluindo o de Mónica de Miranda, que “está a trabalhar com comunidades migrantes africanas em Lisboa, para documentar histórias de migração e ecologias terrestres, reunindo artistas, ativistas e ecologistas, para reimaginar espaços públicos mais inclusivos, equitativos e sustentáveis”.
Utilizando desenho, instalação, fotografia, vídeo e som, o trabalho de Mónica de Miranda é baseado em temas de arqueologia urbana e geografia pessoal.
Cofundadora do Hangar (Centro de Investigação Artística), em Lisboa, Mónica de Miranda foi nomeada em 2019 para o Prémio EDP Novos Artistas e, em 2014, para o Prémio Novo Banco de Fotografia.
Recentemente, foi uma das três curadoras escolhidas para apresentar propostas ao concurso limitado para decidir quem vai representar Portugal na Bienal de Arte de Veneza de 2024.
A obra de Mónica de Miranda está representada em várias coleções, tanto públicas como privadas, entre as quais a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu Nacional de Arte Contemporânea, a Nesr Art Foundation e o Arquivo Municipal de Lisboa.
A Open Society Foundations, anteriormente Open Society Institute, é uma rede internacional de filantropia, fundada pelo investidor multimilionário George Soros, atualmente com 93 anos.
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