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De "Baby Reindeer" a "Industry" ou "Shōgun": as melhores séries de 2024

SAPO Mag
31 dez 2024 18:05
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  • De "Baby Reindeer" a " Shōgun": as melhores séries de 2024 para a revista Time
    Séries · 4 dez 2024 15:58

    De "Baby Reindeer" a " Shōgun": as melhores séries de 2024 para a revista Time

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Entre regressos e novidades, confirmações e surpresas, a equipa do SAPO Mag escolheu dez séries de 2024 a não perder.
  • Vimos muitas e algumas ficaram por ver, porque os balanços são sempre parciais quando há largas dezenas de novas séries todos os meses. Mas as dez que escolhemos para fechar 2024 (juntamente com uma aposta portuguesa) já seriam sinal de que continua a fazer-se muito boa ficção na televisão linear e (sobretudo) plataformas de streaming. Poderíamos acrescentar "Mr. & Mrs. Smith" (Amazon Prime Video), "Somebody Somewhere" (Max), "Fellow Travelers" (SkyShowtime), "Big Boys" (Filmin) ou "Uma Nova Vida" (Netflix), mais confirmações da diversidade e qualidade, mesmo que algumas não sejam fáceis de descobrir entre a oferta aparentemente inesgotável. Mas é para isso, também, que fazemos listas.
  • Uma das grandes surpresas do ano, esta comédia negra baseada numa história verídica vivida pelo autor, o comediante escocês Richard Gadd, foi das apostas mais certeiras da Netflix e um sucesso de público e de crítica (arrecadando seis Emmys, entre outros galardões). Relato tenso da depressão, paranóia e abuso psicológico e sexual a partir da relação entre um humorista e a sua "stalker", tornou o seu criador num dos nomes a seguir na televisão atual. E Jessica Gunning, no papel da memorável e perturbante Martha, ofereceu aqui uma das interpretações-chave de 2024.
  • Já tínhamos saudades de Keira Knightley, que neste thriller (temperado com alguma comédia) se junta ao sempre confiável Ben Whishaw e à veterana Sarah Lancashire (no seu primeiro papel depois de "Happy Valley"). Mas esta história ambientada em Londres durante a quadra natalícia não se destaca só pelo elenco: é da autoria de Joe Barton, criador de "Giri/Haji" (2019), uma das pérolas da Netflix. Os seis episódios da primeira temporada convidam ao binge-watching pela mistura de ação e coração numa trama que arranca com o homicídio do amante da protagonista, uma espia casada com um político (confirma-se: Knightley regressa em boa forma e a sua química com Whishaw é inegável). Boa notícia: a segunda época já foi confirmada.
  • Depois de "The Last of Us" e "Arcane", há mais uma adaptação televisiva de um videojogo francamente recomendável. Baseada no franchise homónimo, "Fallout" conseguiu percorrer com rasgo e imaginação territórios pós-apocalíticos que, à partida, lembravam demasiado outras referência do pequeno e do grande ecrã. Criada por Tim Cain e Leonard Boyarsk, segue uma habitante de um abrigo idealista, um jovem soldado de uma fação militarista e um caçador de prémios 200 anos no futuro. Jonathan Nolan (sim, irmão de Christopher) realizou os primeiros episódios e Ella Purnell, Aaron Moten e sobretudo Walton Goggins ajudaram a compor um elenco carismático. A segunda temporada já está garantida.
  • Em equipa que ganha não se mexe, e a desta comédia dramática é das mais seguras do panorama televisivo dos últimos anos. À terceira temporada, Jean Smart e Hannah Einbinder continuaram tão espevitadas e hilariantes como na primeira, bom sinal quando há uma quarta a caminho. Juntas ou separadas, consoante os episódios, são elas a força motriz da série centrada em duas humoristas de idades, temperamentos e carreiras distintas que já teve entre os convidados gente como Helen Hunt, Christopher Lloyd, Christina Hendricks ou Patton Oswalt.
  • 2024 foi o ano em que um dos segredos mais bem guardados da HBO se tornou numa das séries mais populares. E ainda bem: a série Mickey Down e Konrad Kay é, provavelmente, a nossa preferida da colheita dos últimos meses e levou mais longe o retrato do mundo da alta finança a partir do escritório de um banco internacional londrino. Kit Harington, nova adição ao elenco, terá ajudado a despertar atenções e revelou-se uma ótima surpresa num papel nos antípodas do de Jon Snow (de "A Guerra dos Tronos", da mesma plataforma). Mas Marisa Abela, Myha'la Herrold ou Harry Lawtey também merecem aplausos ao encarnarem algumas das personagens mais fascinantes do universo televisivo recente. O último episódio teria sido um final praticamente perfeito para a série, mas há pelo menos mais uma temporada a caminho - e a expectativa está mais elevada do que nunca.
  • Sim, houve muita gente a querer a comédia romântica que juntou Kristen Bell e Adam Brody, ambos rostos marcantes do pequeno ecrã e inseparáveis de muitas adolescências - ele por "O.C.: Na Terra dos Ricos", ela por "Veronica Mars". Não defendemos que a série criada por Erin Foster tenha sido das mais inventivas ou arrojadas de 2024, mas parte do seu charme é não ter precisado de ser. Bastou-lhe fazer muito bem aquilo a que se propôs: acompanhar a relação amorosa entre uma agnóstica e um rabi com graça, uma escrita arejada e interpretações à altura. No campeonato das séries de conforto foi imbatível, e ninguém ficou surpreendido com a confirmação de uma segunda temporada.
  • O épico televisivo está bem e recomenda-se, cortesia da nova adaptação (depois de uma primeira nos anos 1980) do romance homónimo de James Clavell, editado em 1975. Aposta do FX, a saga decorrida no Japão de 1600 mergulha, de forma hábil e sumptuosa, na disputa pelo poder após a morte de um governador deixar o país entregue a cinco regentes. Ao longo de dez capítulos, o drama criado por Rachel Kondo e Justin Marks consolidou um culto que ganhou outros contornos numa vitória histórica nos Emmys. Além de arrecadar 18 estatuetas nos prémios, foi a primeira produção em língua não inglesa a vencer na categoria de Melhor Série de Drama. "Shōgun" bateu ainda um novo recorde, estabelecendo-se como a produção com mais vitórias no mesmo ano.
  • Ninguém para Jackson Lamb, a personagem de Gary Oldman nesta série sobre um grupo de agentes renegados do MI5. O protagonista e a sua equipa têm pelo menos mais duas temporadas pela frente - a sexta já foi confirmada - e o ritmo não tem esmorecido numa das apostas mais viciantes da Apple TV+. Acompanhado por gente ilustre como Kristin Scott Thomas, Jonathan Pryce, Hugo Weaving ou Sophie Okonedo, Oldman tem ajudado a reinventar as histórias de espionagem nesta criação bem oleada de Will Smith (o argumentista e comediante britânico, não o ator norte-americano) que adapta os livros "Slough House", de Mick Herron. Venham lá mais, então...
  • O spin-off televisivo de um filme não muito memorável do Cavaleiro das Trevas ("The Batman", de Matt Reeves) foi das maiores surpresas da DC em anos e nem precisou do alter ego de Bruce Wayne para convencer. Minissérie criada por Lauren LeFranc (argumentista de "Agents of S.H.I.E.L.D." ou "Chuck") e com Craig Zobel ("Obediência") no papel de realizador inaugural, propôs um olhar tão negro como refrescante sobre Oswald Cobblepot e o seu alter ego numa Gotham City na qual se acredita. E se Colin Farrell foi brilhante, apesar de irreconhecível, no papel protagonista, Cristin Milioti não lhe ficou atrás na pele de Sofia Falcone - merece todos os prémios que lhe queiram dar.
  • Faz sentido continuar uma série de animação infantojuvenil quase 30 anos depois de ter terminado? A aposta do Disney+ confirmou que sim: a nostalgia pode ter dado o mote, mas estas aventuras dos super-heróis mutantes da Marvel revelaram-se tão prementes em 2024 como na década de 1990... e o genérico inicial ainda é dos mais trepidantes que já passaram pelo pequeno ecrã. Uma aventura a continuar: há mais duas temporadas garantidas, embora não contem com o criador da primeira, Beau DeMayo, demitido poucos dias antes da estreia numa das polémicas televisivas do ano.
  • Afonso Pimentel e Margarida Vila-Nova defenderam muito bem a prata da casa como protagonistas deste spin-off de "Sul" (2019). Estreada na RTP e na Amazon Prime Video, a criação de Edgar Medina realizada por João Maia ("Variações") é um thriller vívido e empolgante centrado num assalto a um supermercado que corre mal. Mas além de dominar os códigos da ação, a série deixa um retrato singular da precariedade a partir de uma Lisboa em crise financeira e de um casal a acusar desgaste - muito por culpa da falta de dinheiro e das soluções questionáveis à vista. Um passo sólido numa produção nacional televisiva que também se tornou mais robusta através de séries como "Irreversível" ou a mais recente "O Americano", outras apostas do canal público.
 
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