A nova série do universo Star Wars, “Skeleton Crew”, traz piratas do espaço e a galáxia vista pelos olhos de crianças, numa aventura diferente, porque muda o ponto de vista, disseram à Lusa os criadores, Jon Watts e Christopher Ford.
“O que é diferente é que mudámos a perspetiva. Nunca tínhamos visto uma história contada pelos olhos de um grupo de crianças no universo Star Wars”, explicou Jon Watts, realizador conhecido pela trilogia “Homem-Aranha” de 2017 a 2021 e pelo mais recente “Lobos Solitários”, com George Clooney e Brad Pitt.
“Quando fazemos isso, de repente olhamos para coisas que já conhecemos e de que gostamos de uma forma completamente nova”, frisou Watts sobre a produção que se estreia na quarta-feira.
O outro ponto diferenciador é a exploração da pirataria no espaço. “Os piratas tinham sido mencionados nos filmes Star Wars desde o início, mas esse mundo nunca foi abordado a fundo”, referiu Jon Watts. “Poder fazê-lo pela primeira vez foi muito entusiasmante”.
Com a ação situada algures entre cinco a dez anos após a Batalha de Yavin, em que Luke Skywalker destruiu a primeira Estrela da Morte, “Skeleton Crew”, que estreia a 4 de dezembro, mostra os anos iniciais da Nova República. O grupo de jovens aventureiros é composto por Fern (Ryan Kiera Armstrong), Wim (Ravi Cabot-Conyers), KB (Kyriana Kratter) e Neel (Robert Timothy Smith).
“Os miúdos perdem-se na galáxia e sentimos que era uma boa altura porque o Império desapareceu, a velha República desapareceu, e a Nova República ainda não está bem ao melhor nível”, disse Christopher Ford.
“Estes miúdos cresceram protegidos e não sabem muito sobre a galáxia. Acabámos por criar uma situação em que se alguém não conhece 'Star Wars' pode chegar e ver tudo pelos olhos dos miúdos”, explicou. “Mas se alguém conhece tudo de Star Wars, vai perceber onde é que eles se estão a enganar”.
Na sua exploração da galáxia, o grupo tropeça em Jod Na Nawood (Jude Law), que pode ou não ser um jedi. Watts disse que o papel foi escrito “a pensar em alguém como Jude Law” e que o ator britânico aceitou quase de imediato por ser um grande fã de "Star Wars".
“É tipo a pior altura para estes miúdos se perderem na galáxia, o que para nós é o melhor em termos dramáticos”, gracejou Watts.
A abordagem faz lembrar as aventuras de crianças no cinema dos anos oitenta, em filmes como “Os Goonies”, “História Interminável” ou “E.T.”.
Os criadores disseram que pesquisaram a fundo para “esconder” alguns tesouros aqui e ali para os fãs mais conhecedores do universo Star Wars encontrarem, porque outras séries já usaram tantas referências populares que é difícil conseguir surpresas.
Também deixaram em aberto a possibilidade de uma segunda temporada, apesar de terem escrito a história de forma a aguentar-se sozinha em oito episódios.
“Crianças crescem, por isso há aí automaticamente uma narrativa em que podemos vê-los crescer na galáxia 'Star Wars', algo que nunca vimos antes”, disse Ford, referindo que mesmo a exploração da origem de Anakin Skywalker deu um salto de criança para jovem adulto.
O criador frisou que parte do que faz isto sentir que "Star Wars" não é só uma aventura.
“Os filmes originais pretenderam ser uma mitologia e algo com que as pessoas se conectaram a um nível mais profundo, que era particularmente desenhado para o mundo moderno”, considerou Ford.
“Sendo uma história sobre crianças, é sobre crescer mas também sobre oscilar entre querer escapar à vida mundana e embarcar numa aventura e perceber que as aventuras são assustadoras e perigosas e que há algo muito bom em estar em casa”, acrescentou Ford, falando do tema mais alargado da série.
“Skeleton Crew” tem oito episódios e estreia-se a 4 de dezembro na Disney+ Portugal.
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