Os dez episódios chegam à Amazon Prime Video na sexta-feira, o ponto culminante de um projeto que demorou 116 dias para ser filmado.
A série, financiada pela gigante do comércio online, chega depois dos protestos provocados pelo assassinato do afro-americano George Floyd por um agente policial branco, no ano passado em Minneapolis, que renovaram o debate sobre a necessidade de uma compensação para os descendentes dos negros escravizados.
A aclamada "Roots", que se estreou em 1977, foi o primeiro programa da televisão americana a falar em detalhe sobre a escravatura. Desde então, vários filmes abordaram o tema, entre eles "Amistad" (1997) e "12 Anos Escravo" (2013).
Jenkins, que ganhou o Óscar de Melhor Filme com "Moonlight", de 2016, mostra os horrores da escravatura através de Cora, uma jovem que foge de uma plantação na Georgia mas se vê sob a ameaça constante de ser capturada por um "caçador de escravos" chamado Ridgeway. A atriz sul-africana Thuso Mbedu interpreta a protagonista.
A série é uma adaptação do romance homónimo de Colson Whitehead, vencedor do Pulitzer em 2017, que em "The Underground Railroad" narra a história de uma rede de pessoas que ajudavam os escravos fugitivos a escapar para a liberdade como uma linha férrea subterrânea real.
"Tinha esse elemento tão romântico e fantástico que me pareceu a mistura perfeita entre a minha estética e o tema", disse Jenkins nas notas da produção da série. A violência está presente como pano de fundo implacável, mas o realizador de 41 anos não deixa que ela domine toda a narrativa.
O ritmo dos episódios, com uma hora de duração, é lento. Predominam os planos longos e os momentos de silêncio, nos quais brilha o poder do que não é falado.
"Este ato de equilíbrio, a tensão entre imagens duras e suaves, a necessidade de contar a verdade sem ser devorado pela barbárie dessa verdade é, sem dúvida, o projeto mais difícil que tentei fazer na minha vida criativa", disse Jenkins.
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