Pedro Ribeiro, Nuno Markl, Vera Fernandes e Vasco Palmeirim são comunicadores natos, com uma energia contagiante e uma euforia incitadora, que “obriga” o público a estar de pé, a dançar e a cantar, a bater palmas e a rir... como se “não houvesse amanhã”. O amanhã há-de chegar, mas depois do espetáculo "Porto in the Night", será um dia mais leve, mais otimista e mais sorridente. Não há como evitar! Hão-de vir à memória trechos do espetáculo e havemos de rir, como se ainda lá estivéssemos. Muito bom!
A equipa das manhãs da Rádio Comercial não quer ser levada a sério - as palavras são dela - mas falha redondamente quando apresenta um espetáculo «digno da Broadway», onde o trabalho, o empenho e a entrega são notórios. A magia de apresentar uma noite em que a diversão e o humor falam mais alto deve dar um trabalho “danado”. E que bem trabalham os quatro locutores, a banda e a organização!
"Porto in the Night" é marcado por um conjunto de canções que os ouvintes fiéis sabem de cor. As músicas de Vasco Palmeirim celebram momentos e pessoas, com um cunho de humor inigualável. De Jéssica Beatriz a Luís Montenegro, de António Costa a Theresa May, do Lítio ao Nome da criança - e poderíamos seguir nesta lista... A determinado momento do espetáculo, o ecrã de palco exibe fotos de todas as personalidade visadas por Vasco Palmeirim nas suas canções (e são muitas!).
A recriação de rubricas da rádio foi uma ideia brilhante. Estas quatro pessoas “entram” nas vidas do público todos os dias e há um sentimento de partilha, de conhecimento e de descontração, como se fizessem, de facto, parte da vida dos ouvintes. Os que estão sentados frente ao palco parecem levar vantagem: convivem com as quatro vozes todos os dias e fomentam uma familiaridade, tão inexplicável como única.
Voltemos ao início. A introdução de Rodrigo Guedes de Carvalho é de mestre. O público não está ali “apenas” para rir «das tristes figuras dos apresentadores» (que de tristes têm muito pouco). A plateia toma, no espetáculo, o lugar que lhe pertence: um ouvinte extasiado por, finalmente, “conhecer” as vozes que ecoam ao longo das suas manhãs. A interação que se gere deixa adivinhar que, mais do que ver, ouvir ou rir, o público há-de interagir, divertir-se e deixar-se levar. Num famoso “apita o comboio”, nos passes de flamenco, nos braços no ar, de cócoras no chão, diversão é a palavra de ordem.
Quanto às rubricas da rádio, passamos por um “Dejajero”, com cores de “Pérola Azul”, até ao sempre bem-vindo “O Homem que mordeu o cão”, desta feita com uma participação especial do duo de “Já se faz tarde” e uma viagem de comboio, em que, uma vez mais, não importa o destino, mas sim o caminho. A “Boooooomba” há-de explodir na Super Bock, com 100 felizes contemplados.
Claro que “a Arena é uma disco”. “Eu sei, tu és”, dos Santamaria, é a desculpa perfeita - como se por essa altura, desculpas fossem ainda necessárias - para saltar, dançar e desafinar. A felicidade assenta-nos bem!
O quarteto repete, esta noite, a façanha. Numa Super Bock (de novo) esgotada. Em fim de semana de Taylor Swift (quem?), do primeiro grande festival do ano na Invicta, das festas da Nossa Senhora dos Milagres (esta é inventada), esgotar duas noites na Super Bock Arena é um feito que deve ser levado muito a sério - com muitas gargalhadas à mistura.
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