Esta é uma das estreias teatrais anunciadas para os próximos dias, que incluem ainda a chegada a Portugal de um ‘thriller’ sobrenatural, “2:22 Uma História de Fantasmas”, a estreia mundial da peça vencedora do Grande Prémio de Teatro Português 2022, “Um Homem Inofensivo”, e a última parte de uma trilogia de Elmano Sancho, “José, o Pai”.
“Palco Principal”, que se estreia no Centro Cultural Vila Flor no âmbito dos seus 18 anos, encerra uma temporada de espetáculos da companhia SillySeason que, partindo de clássicos da dramaturgia, tendem a resgatar e inscrever narrativas perdidas na História.
Segundo os organizadores, a História “é a maior ficção que já nos contaram, e viver (a vida e arte) é um luxo que só existe para alguns de nós”, pelo que este é um “palco do cansaço e da ‘self-delusion’”.
“A vida é que nos vive e deixamo-nos viver, que é uma maneira de nos descartarmos da responsabilidade e da tragédia que viver implica para todos nós. Cedemos o palco e a vida e sentamo-nos na plateia, não porque não gostamos do palco, mas porque é urgente erigir um novo palco, mais representativo e igualitário”, descreve o coletivo, avisando, contudo, que este é um espetáculo para rir.
Com interpretações de Aura da Fonseca, Cátia Tomé, Dalila Carmo, Ivo Saraiva e Silva, João Cachola, Ricardo Teixeira e Rodrigo Teixeira, “Palco Principal” seguirá, após a estreia, em digressão nacional e internacional, passando pelo Festival Festlip - Rio de Janeiro, Brasil (em dezembro e janeiro), pelo Teatro das Figuras, Faro (25 janeiro), pelo Teatro Municipal de Bragança (10 fevereiro) e pelo Teatro Diogo Bernardes, Ponte de Lima (16 fevereiro).
Já esta semana, no dia 14, chega a Lisboa, mais concretamente ao Teatro Villaret, o espetáculo “2:22 Uma História de Fantasmas”, um premiado ‘thriller’ sobrenatural que enche salas há quatro temporadas no West End de Londres, anunciou a produtora Força de Produção.
O espetáculo vai estar em cena de quinta-feira a domingo, numa encenação para a versão portuguesa de Michel Simeão.
Nesta história, uma mulher acredita que a sua nova casa está assombrada, mas o marido recusa-se a aceitar que estranhos acontecimentos que têm ocorrido estejam relacionados com fenómenos sobrenaturais, até que recebem a visita de um casal amigo, e o jantar que partilham é perturbado por estranhos acontecimentos que põem em causa as suas crenças, obrigando-os a ficarem acordados até às 2:22, numa busca pela verdade.
É sob esta premissa que se desenrola o enredo, escrito pelo galardoado autor Danny Robins, e que, após a estreia, em 2021, se tornou um sucesso, arrecadando o prémio de Melhor Peça de Teatro em 2022 nos Whatsonstage e várias nomeações para os Olivier no mesmo ano, no Reino Unido.
O espetáculo conta com as interpretações de Ana Cloe, Joana Seixas, João Jesus e Pedro Laginha.
Também a 14 de setembro, apresenta-se em Lisboa, no Teatro da Trindade, “José, o Pai”, o último capítulo de “A Sagrada Família”, uma trilogia de Elmano Sancho, pautada pela solidão, o esquecimento, a dor e a morte.
“‘Crise’ e ‘incomunicação’ são palavras-chave para acedermos a este texto, que conta com a interpretação de Djucu Dabó, Isadora Alves, Jorge Pinto e Sílvia Filipe, informa o teatro em comunicado.
“José, um ator velho e desempregado, renuncia ao papel de pai, vítima de um mundo que exige novas formas de autoridade”, lê-se na sinopse.
“José, o Pai” estreou-se em maio em Vila Nova de Famalicão e teve uma temporada em junho no Porto. No Teatro da Trindade estará de 14 de setembro a 29 de outubro na sala-estúdio.
A estreia mundial de “Um Homem Inofensivo”, texto vencedor da edição de 2022 do Grande Prémio de Teatro Português, abre a temporada do Teatro Aberto no dia 15 de setembro.
O texto de Luís António Coelho, já distinguido com o prémio em 2020 pela sua peça “Não Me Faças Perder Tempo”, tem aqui encenação de Álvaro Correia, e interpretações de Filipe Vargas e Renato Godinho.
A peça gira em torno da estranheza resultante de um encontro improvável entre dois homens, Renato e Rui, e das atitudes muito diferentes de ambos face à solidão.
O texto convoca ainda o “leitor/espectador a construir a sua própria história a partir das ambiguidades que o texto deixa em aberto”, escreveu o júri do prémio na altura da divulgação do vencedor, em março de 2022.
A ação da peça começa com Renato a acordar a meio da noite com a presença de um estranho em casa. O estranho é Rui que afirma ter entrado apenas para sentir o silêncio da casa enquanto Renato tenta descortinar os reais motivos para o comportamento de Rui, segundo a sinopse.
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