“É uma peça de celebração da rádio e uma proposta de reflexão sobre a função social deste meio de comunicação, sobretudo em regiões do interior, onde nunca serão de mais as vozes que possam dar voz às populações”, descreveu Helder Sequeira, autor do texto da peça que tem Albino Bárbara como encenador.
Na opinião de Helder Sequeira, “a rádio continua a ter um papel fundamental na informação local e regional, na defesa da identidade destas terras e gentes”.
Na peça, o espectador é “levado para um estúdio de Rádio, onde há vozes, músicas, memórias, sentimentos, sonhos, paixão, afetos” e aí é “desafiado a assistir a um programa de rádio, numa noite especial, onde se cruzam três gerações e que proporciona a revisitação de múltiplas estórias”.
“No final, há uma inesperada revelação e um comovido apelo para que a rádio se continue a reinventar e afirmar no futuro”, revelou o autor.
Contou que começou a escrever o texto há uns dois anos, mas que por diversas razões a conclusão foi sendo adiada.
No início deste ano, a propósito das comemorações da Rádio Altitude, sugeriu a apresentação de uma peça de teatro na qual a rádio fosse “o tema de reflexão e encontro com memórias”.
A sua ligação de quase 50 anos à Altitude permitiu-lhe “a retrospetiva de momentos, pessoas, experiências, amizades, o envolvimento nessa magia diária que é a Rádio e consequentemente, matéria para poder escrever com conhecimento de causa”.
Helder Sequeira destacou que a Rádio Altitude é “uma emissora associada a muitas vozes e rostos, a sonhos, diferenciados contributos, afetos e ideias”, e que por isso a peça “junta três gerações e sublinha a necessidade de articular passado, presente e futuro”.
O autor salientou que a peça “fica como mais um contributo pessoal para melhor conhecimento da rádio, dos seus bastidores e estórias, da sua profunda ligação à história da Guarda e região”.
Desafiou o público a assistir ao espetáculo e a conhecer a rádio por dentro.
“Para entrarem no estúdio, reterem gestos e movimentos, penetrando em pensamentos de quem está frente ao microfone, perante muitos rostos imaginários que estão do lado de lá”, convidou o autor.
A presença dos espetadores no Teatro Municipal da Guarda, salientou Helder Sequeira, será “uma manifestação do seu apreço pela rádio, pela sua história, pela sua importância na sociedade de hoje. Será também a expressão de que estão empenhados na Guarda da rádio e naquilo que ela significa enquanto memória coletiva”.
Helder Sequeira está ligado à Radio Altitude desde finais de 1975, onde desempenhou diversas funções, nomeadamente diretivas. É atualmente Provedor do Ouvinte.
Albino Bárbara é também um elemento com uma longa ligação à rádio, onde continua a colaborar e tem produzido programas diversificados, nomeadamente na área da cultura.
Tem também uma ligação de décadas ao teatro, sendo atualmente responsável pelo Centro Cultural da Guarda.
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