O parlamento homenageou hoje o “génio discreto, tímido e reservado” do bailarino e coreógrafo Jorge Salavisa, que morreu em 29 de setembro, como “nome mais importante da dança em Portugal”.

O voto de pesar apresentado pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, foi aprovado por unanimidade e respeitado um minuto de silêncio.

“Por onde passou”, lê-se no texto, como “bailarino, coreógrafo, diretor”, Salavisa – deixou uma marca profunda de dedicação e entrega, própria do génio discreto, tímido e reservado que sempre foi – que bem atestam os muitos tributos que a notícia do seu falecimento veio originar, de todos os quadrantes da sociedade portuguesa”.

No voto de pesar, considera-se ainda que Salavisa é “consensualmente o nome mais importante da dança em Portugal e uma das figuras maiores do bailado mundial”.

O bailarino e coreógrafo Jorge Salavisa, que dirigiu o Ballet Gulbenkian e a Companhia Nacional de Bailado (CNB), morreu em 29 de setembro, aos 81 anos.

Nascido em Lisboa, em 1939, iniciou os estudos de dança com Ana Máscolo e prosseguiu a sua formação artística em Paris, com Victor Gsovsky e Lubov Egorova, ingressando a seguir no Grand Ballet du Marquis de Cuevas, onde permaneceu até à extinção dessa companhia, em 1962.

Entre 1977 e 1996 foi diretor do Ballet Gulbenkian, companhia que acabou por ser extinta em 2005.

Em 1998, assumiu a direção da CNB, mantendo-se no cargo até 2001. Jorge Salavisa também presidiu ao Organismo de Produção Artística, entidade gestora do Teatro Nacional de São Carlos e da CNB, entre maio de 2010 e janeiro de 2011.

Ao longo da carreira, Jorge Salavisa trabalhou com bailarinos e coreógrafos de renome como Bronislava Nijinska, Robert Helpmann, Daniel Seillier, Nicholas Beriosoff, Maria Fay, Roland Petit, Mary Skeaping, John Taras, entre outros.