A organização do evento, que realiza este ano a sua 9.ª edição dedicada à arquitetura e espaços públicos da capital, tomou a opção de dar seguimento ao projeto, contornando a impossibilidade de visitar edifícios para evitar o contágio pela COVID-19.

Nesta edição, o público do Open House Lisboa vai poder redescobrir "a arte de dar um passeio" através da Lisboa imaginada, vivida e narrada por oito convidados: Leonor Teles (cineasta), Paula Moura Pinheiro (jornalista e apresentadora), Lígia Soares (coreógrafa e dramaturga), Gonçalo Byrne (arquiteto), Rui Tavares (historiador), Gonçalo M. Tavares (escritor), Tomás Wallenstein (músico) e Inês Meneses (comunicadora).

Estes oito convidados vão acompanhar os visitantes com passeios sonoros em formato de áudio-guia, por várias zonas da capital, desde Campo de Ourique à Baixa e ao Chiado, ao Campo Grande ou às Avenidas Novas.

Em meados de setembro, numa apresentação da iniciativa, o presidente da Trienal de Arquitetura de Lisboa, José Mateus, uma das entidades responsáveis pela produção do evento cultural, ressalvou, que, devido à pandemia da COVID-19, o programa foi "reformulado profundamente para encontrar uma nova versão", mas sublinhou que esta situação "acabou por ser uma oportunidade para questionar e avaliar o formato" do Open House.

"Uma cidade contém muitas cidades", comentou, acrescentando que os oito convidados - que representam simbolicamente as oito edições já realizadas - "vivem-na de forma diferente, devido à sua formação, experiências e sensibilidade".

Os oito convidados desenharam e relatam na primeira pessoa os passeios pedestres, partindo do atlas de arquitetura online do evento, que reúne cerca de 300 espaços e lugares que fizeram parte dos diferentes roteiros desde 2012.

Desta forma, os utilizadores interessados nos percursos poderão ouvir os áudio-guias quando assim o entenderem, a qualquer hora.

O objetivo, segundo a organização, é reinterpretar e enriquecer o histórico do evento, adaptando-o à manutenção das recomendadas distâncias físicas exigidas pelas autoridades de saúde para conter a disseminação do vírus.

Quanto ao procedimento, será necessário descarregar os áudio-guias, e o itinerário assinalado no mapa do ‘site’ oficial.

Para ajudar a concretizar a experiência do passeio, haverá uma equipa de voluntariado a pontuar os diferentes percursos, a ajudar e prestar esclarecimentos.

O Open House Lisboa 2020 é uma coprodução Trienal de Lisboa e EGEAC, com apoio da Fundação Serra Henriques e da Dizplay.

No mesmo fim de semana, também se realiza o Open House em três outras cidades europeias: Madrid, Bilbao e Zurique.

O Open House Lisboa teve a sua primeira edição em 2012, integrando a rede Open House Worldwide, que reúne 50 cidades em todos os continentes, e, por ano, totaliza cerca de dois milhões de visitantes.

O conceito foi criado originalmente em Londres, em 1992, pela produtora e editora britânica Victoria Thornton.