“Despedimo-nos da figura mais importante da banda desenhada espanhola. Fica o enorme legado da sua lucidez, sentido de humor e mais de 50.000 páginas com personagens memoráveis que fizeram muitos leitores felizes”, escreveu o grupo editorial na rede social Twitter.
Francisco Ibáñez, que nasceu em Barcelona em 1936, trocou um emprego num banco por uma carreira profissional na banda desenhada, depois de ter colaborado com publicações como El Chicolino, La Riza e Paseo Infantil.
O El País lembra hoje que Francisco Ibáñez recebeu a primeira remuneração aos 11 anos, por um desenho publicado na revista infantil Chicos.
A mais conhecida obra criativa de Ibáñez só surgiria em 1958, quando propôs à editora Bruguera uma banda desenhada de aventuras protagonizada por dois detetives desastrados, Mortadela e Salamão.
Apesar de ter criado outras personagens e histórias, é aquela dupla que populariza o autor espanhol, com mais de 200 títulos publicados, alguns dos quais em Portugal, em particular nos anos 1970 e 1980.
Para a agência Efe, Mortadela e Salamão são “duas das personagens de ficção mais conhecidas do mundo hispânico, cuja fama pode ser comparada aos universais D. Quixote e Sancho Pança”, de Cervantes.
Em 1995, “Mortadela e Salamão” teve uma versão em desenhos animados no canal Antena 3, e em 2003 as histórias chegaram ao cinema na longa-metragem “Mortadela e Salamão – A Grande Aventura”, de Javier Fesser, premiada nos Goya.
Em mais de 60 anos de carreira, Francisco Ibáñez contou com mais de cem milhões de álbuns vendidos em todo o mundo.
Entre as distinções que lhe foram atribuídas contam-se o Grande Prémio do Salão Internacional de Banda Desenhada de Barcelona, em 1994, e a Medalha de Ouro de Belas Artes, em 2022.
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