Em declarações prestadas hoje à Lusa, o presidente da Fragua, António Bárbolo Alves, disse que a iniciativa serve para festejar a diversidade linguística e cultural do espaço que engloba as regiões espanholas das Astúrias, da Galiza ou Zamora, e do lado português o Planalto Mirandês, que abrange os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso, no distrito de Bragança.
“Para assinalar a 1.ª Fiesta de las Lhénguas foram convidadas diversas entidades e associações ibéricas que se dedicam à defesa e valorização das suas línguas minoritárias, falares e dialetos, para assim celebrar a diversidade linguística também no espaço europeu”, explicou o também linguista.
Segundo António Bárbolo Alves, a diversidade linguística e cultural também “é uma pedra angular da construção europeia”.
“A Europa tem um passado extraordinário na diversidade linguística onde se destacam as línguas latinas, as românicas, as germânicas, as celtas ou o basco, e desta forma criar um espaço de aprendizagem de forma a crescermos juntos dentro desta matéria no espaço europeu”, sublinhou.
O responsável referiu também que a língua mirandesa “goza de uma grande simpatia no espaço asturo-leonês e por isso é preciso, igualmente, ouvir falar bem deste idioma e adotar uma planificação linguística em Portugal para inverter a tendência de ameaça que paira sobre o mirandês”.
Os promotores desta iniciativa contam com o apoio do Município de Miranda do Douro e da PreZero, com a participação de diferentes instituições e associações, quer da Terra de Miranda quer da vizinha Espanha, que se têm dedicado à divulgação e à preservação dos seus falares, variantes ou línguas: a Academia da Llingua Asturiana, o Governo das Astúrias, a Associação Faceira (de Leão), a Associação Furmientu (de Zamora), a Association pour la Défense des Langues et Cultures Menacées, a Associação da Língua e Cultura Mirandesa, a Associação Lérias, entre outras.
“Aproveitando a coincidência de, no dia 26 de setembro, por iniciativa do Conselho da Europa, se comemorar também o Dia Europeu das Línguas, parece-nos ser uma boa ocasião para que visitantes possam descobrir e contactar com a diversidade linguística e cultural, reforçando assim a nossa cidadania europeia baseada no respeito e no multiculturalismo”, rematou António Bárbolo Alves.
O parlamento aprovou o mirandês como segunda língua oficial de Portugal em 18 de setembro de 1988.
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