O romance, sem atribuição de autor, foi publicado pela primeira vez em capítulos em 1848, no jornal O Imparcial, e só 40 anos mais tarde o escritor Tomás Ribeiro, nas páginas do mesmo jornal, revelou o seu autor, Camilo Castelo Branco (1825-1890).
Na introdução, o editor Manuel S. Fonseca realça que esta obra “já continha o fulcro dos grandes romances” que Camilo veio a publicar, designadamente temas como “o fatal amor de perdição e a presença do macabro”.
O romance “Maria! Não Me Mates, Que Sou Tua Mãe!” baseia-se numa notícia publicada no jornal A Revolução de Setembro, que dava conta de vários pedaços do corpo de uma mulher, encontrados em vários pontos de Lisboa. “O texto escabroso de Camilo, que nos descreve a passada larga de Maria José rumo à desgraça, viria a ter duas outras edições revistas e aumentadas”.
Da primeira para a segunda edição, continuando a ser um folheto, “mandado imprimir por um mendigo”, como foi explicado aos leitores, mudou o título para “Matricídio sem Exemplo”, acrescentando-se cenas que Camilo recolheu da investigação policial, assim como episódios que resultaram dos interrogatórios, mas foi na terceira edição que todo o caso, das suas motivações ao seu desenlace, incluindo a sentença, é relatado.
A atual edição inclui o julgamento e sentença da matricida Maria José.
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