Processado por um tribunal competente em matéria de terrorismo, Abdel-Majed Abdel Bary é acusado de se ter unido ao EI durante uma viagem à Síria, entre agosto de 2013 e 2015.
A Promotoria pede nove anos de prisão ao responsabilizá-lo "por cometer golpes bancários" com dois amigos para financiar "atividades terroristas".
Originário de Londres, Abdel Bary foi preso em abril de 2020 num apartamento em Almería, sul da Espanha, onde havia chegado ilegalmente alguns dias antes num barco vindo da Argélia.
O acusado ficou conhecido ao publicar, em 2014, no Twitter, uma macabra foto posando ao lado de uma cabeça decapitada, com a legenda: "A descansar com o meu amigo, o que resta dele".
Interrogado esta quarta na Audiência Nacional, o ex-rapper negou as acusações.
"Parece-me absurdo" que a Promotoria sustente "que sou um dos 'foreign terrorist fighters' (combatentes do EI no exterior)", afirmou, acrescentando que detesta o EI, Al Qaeda e "todos os extremos radicais".
O acusado afirmou que nunca esteve na cidade síria de Raca e negou ser a pessoa que aparece na foto ao lado da cabeça decapitada.
Abdel-Majed Abdel Bary é filho de Adel Abdel Bary, um egípcio condenado a 25 anos de prisão em 2015 em Nova Iorque pelo seu envolvimento em atentados contra as embaixadas americanas no Quénia e Tanzânia em 1998.
No momento de sua prisão em 2020, a polícia espanhola descreveu-o como uma pessoa que "apresenta traços de personalidade muito peculiares como um perfil criminoso extremamente violento".
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