O uso de músicas em eventos políticos foi bastante discutido nas eleições de 2016 e, este ano volta a dar que falar, devido à rejeição de vários artistas ao presidente norte-americano Donald Trump.

Estão ainda entre os signatários da carta, segundo a revista Rolling Stone, Michael Stipe, Regina Spektor, Lionel Ritchie e Elvis Costello, bem como as bandas Blondie, Green Day e Pearl Jam. A iniciativa foi realizada em parceria com a associação Artist Rights Alliance.

"Nenhum artista deve ser obrigado a comprometer os seus valores ou a se associar a políticos que não respeitam ou apoiam", disse a organização de defesa dos direitos de artistas no Twitter esta terça-feira, dia 28 de julho.

A Efe acrescenta que, numa carta assinada por mais de cinquenta músicos da organização de propriedade intelectual Artist Rights Alliance, os comités de ambos os partidos são chamados a "estabelecer regras claras que exijam que as suas campanhas peçam o consentimento dos artistas, antes de usarem publicamente as suas músicas, num cenário político".

O uso de músicas populares na propaganda política tem sido objeto de polémica nos últimos anos, depois de artistas como Neil Young e Guns N 'Roses terem criticado o uso das suas composições em comícios de campanha do Presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, sem o seu consentimento.

"Este não é um problema novo. Ou partidário. Cada ciclo eleitoral traz histórias de artistas e compositores frustrados, descobrindo que seu trabalho é usado em contextos que sugerem o endosso ou apoio de candidatos políticos sem sua permissão ou consentimento", afirma a missiva.

Aerosmith, Alanis Morissette, Courtney Love, Cyndi Lauper e Elvis Costello também assinaram o documento, escreve a Efe.

"Ser arrastado inadvertidamente para a política dessa maneira pode comprometer os valores pessoais de um artista, ao mesmo tempo que dececiona e aliena os seus fãs, com um grande custo moral e financeiro", sublinham.

Os músicos e compositores exigem uma resposta antes de 10 de agosto, menos de três meses antes das eleições presidenciais dos EUA, com a campanha eleitoral a arrancar imediatamente após a realização das convenções de cada partido.

"Como todos os outros cidadãos, os artistas têm o direito fundamental de controlar o seu trabalho e tomar decisões livres sobre sua expressão e participação política. O uso de seu trabalho para fins políticos sem o seu consentimento viola fundamentalmente esses direitos e é uma invasão de interesses pessoais" da sua vida privada, argumentam.

No mês passado, os Rolling Stones ameaçaram tomar medidas legais contra Trump por utilizar a sua clássica canção "You Can't Always Get What You Want" nos seus comícios.

Também em junho, a família de Tom Petty emitiu um documento judicial proibindo Donald Trump de usar a canção "I Won't Back Down", que tinha sido tocada no seu comício em Tulsa.

Os Queen também não querem que Trump suba a palco ao som "We Are The Champions" - o presidente norte-americano escolheu o tema no evento do Partido Republicano em Ohio, na corrida presidencial de 2016.

Pharrell Williams, Rihanna, Aerosmith, Adele, Neil Young e herdeiros de Prince também já se queixaram depois de Trump ter usado as suas canções.

Notícia atualizada às 05h19 de 30 de julho