"Hoje é motivo de grande satisfação, porque desbloqueamos a entrega dos prémios Camões”, afirmou Pedro Adão e Silva, lembrando que “há quatro prémios Camões para entregar por força da não entrega do prémio ao Chico Buarque”, à margem de um evento com a sua homóloga brasileira, na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Lisboa.
Por isso, para Pedro Adão e Silva é um dia de “grande emoção e de grande significado, que corresponde a um virar de página nesta relação [entre o Brasil e Portugal no domínio da Cultura] e um fator de esperança”.
Mas também porque “não é só a entrega do prémio Camões ao Chico Buarque, com que isso significa para a língua portuguesa”, é que será também desbloqueada a entrega dos outros prémios atribuídos nos anos seguintes ao do músico e escritor brasileiro.
Assim, adiantou Adão e Silva, o próximo será entregue a Paulina Chiziane, "o que é muito significativo, que é termos uma escritora negra, moçambicana a receber o prémio Camões".
Mas não quis adiantar a data para a entrega, garantindo apenas que será anunciada "muito brevemente".
Dos contactos com a ministra da Cultura do Brasil, Margarette Meneses, o governante português disse que “foram quatro dias de muitos contactos e de retomar das relações bilaterais entre Portugal e o Brasil no domínio da Cultura”, o que para si “é um motivo de enorme alegria e satisfação”.
“A língua é o que nos une, mas não há uma língua portuguesa, como aliás no postal que acabaram de nos dar do José Saramago [escritor português], há línguas portuguesas e julgo que essa diversidade e pluralidade é um fator de riqueza do português e o que o torna uma língua universal. E isso é fundamental”, realçou.
Daqui para o futuro, o ministro da Cultura portuguesa defendeu voltar a haver um contacto entre os Ministério da Cultura do Brasil e de Portugal, para promover “essa diversidade e essa pluralidade e essa riqueza".
"Nós tivemos a oportunidade, num encontro mais formal que tivemos no sábado [dia da cimeira luso-brasileira], de falar de várias matérias e de assinar um acordo que para além daquele que existe no quadro da CPLP, ao qual também o Brasil agora se junta, permite um apoio às coproduções cinematográficas entre Portugal e o Brasil, que já existiu no passado e desde 2018 deixou de existir e não apoiou nenhum nova coprodução”, apontou.
Mas também garantiu que explorou “muitas outras ideias de partilha de experiências, mas também de iniciativas [com a sua homóloga brasileira], aproveitando também o facto de o Brasil presidir ao Mercosul no próximo semestre e pensando também naquilo que será o congresso ibero-americano de cultura, que acontecerá mais próximo do final do ano”.
Portanto, concluiu: “Foram uns dias muito produtivos”.
Quanto ao acordo para as coproduções cinematográficas assinada na cimeira luso-brasileira, que decorreu no sábado, Pedro Adão e Silva realçou que são “700 mil euros/ano” para projetos de coprodução, juntando o esforço de Portugal e do Brasil e que vai permitir promover e estimular essas iniciativas.
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