Abordar a história e as “estórias” das artes performativas, através de "um olhar próximo e experiente" como os deste três atores e encenadores são, segundo o CCB, objetivos do ciclo de conferências.
A realizar no centro de reuniões do CCB, sempre às 17:00, o ciclo começa, no próximo sábado, com uma sessão na qual o ator, encenador e professor Paulo Filipe Monteiro, catedrático da Universidade Nova de Lisboa, fundador e coordenador do mestrado em artes cénicas, falará sobre “O teatro pró-dramático”.
“Quem que ser dramático hoje, numa época em que o drama não anda muito bem visto” é, segundo o CCB, uma questão a debater, na qual procurarão entender propostas de autores “pró-dramáticos” como Pina Bausch, Peeping Tom, Alain Platel e Angélica Liddell.
Na sessão, serão exibidas imagens, fixas e em movimento, algumas das quais inéditas, refere o CCB.
A 11 de fevereiro, cabe a Carlos Avilez, fundador, encenador e diretor artístico do Teatro Experimental de Cascais (TEC), estar “À conversa com…” Paula Magalhães, numa iniciativa em que irá contar várias estórias da sua longa carreira de encenador.
Nascido em 1935, Carlos Avilez estreou-se como ator com menos de 20 anos na companhia Rey Colaço – Robles Monteiro, então concessionária do Teatro Nacional D. Maria II, companhia onde acabou por ingressar em 1956, e onde ficaria até 1963.
A conselho de Amélia Rey-Colaço avançou para a encenação, estreando-se na função ainda em 1963, na Sociedade Guilherme Cossul, com a apresentação de “A Castro”, de António Ferreira, num trabalho audaz que, segundo relatos da época, agitou o meio artístico lisboeta e lhe granjeou a designação de “enfant terrible” do teatro português.
Teatro Experimental do Porto (TEP), Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC) e Teatro Experimental de Cascais (TEC), de que foi um dos fundadores em 1965, são alguns dos projetos que dirigiu.
Companhia Nacional de Teatro I - Teatro Popular, então sediada no Teatro São Luiz, para o qual, em 1979, foi nomeado diretor, juntamente com Amélia Rey Colaço, e Teatro Nacional D. Maria II foram também dirigidos por Carlos Avilez que, em 1992, fundou a Escola Profissional de Teatro de Cascais, propriedade da autarquia local e do TEC, e que ainda dirige.
No dia 18 de fevereiro, uma semana depois de Avilez, Paulo Filipe Monteiro regressa ao CCB para falar sobre “A direção de atores em várias direções”.
“Dirigir atores é uma arte. Não tem fórmulas. Mas tem métodos, caminhos possíveis”, acrescenta a nota do CCB, a propósito desta sessão com Paulo Filipe Monteiro que, além de ter encenado e assinado dramaturgias de peças, e de ter trabalho de ator, estreou, em 2017, a primeira longa-metragem, “Zeus”, sobre o exílio do escritor e antigo Presidente da República Manuel Teixeira Gomes, exibida em quatro continentes, e que obteve 12 prémios nacionais e internacionais, recorda o CCB.
“Achadiço (monólogo)” é o tema da sessão de 25 de fevereiro, com Nuno Cardoso, na qual o diretor artístico do Teatro Nacional S. João (TNSJ), abordará “um espaço-tempo improvisado que também não encaixa na moldura de uma peça ou de uma aula”.
Estreado em 2019, o monólogo "Achadiço" recupera para título um regionalismo das Beiras, nomeadamente de Canas de Senhorim, de onde o diretor do TNSJ é originário, que significa algo como "quem não encaixa é um achadiço", tendo Nuno Cardoso levado essa condição para palco.
Com uma carreira de mais de três décadas, o percurso teatral de Nuno Cardoso teve início na década de 1990, com a entrada no Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC).
Em 1994, foi um dos fundadores do coletivo Visões Úteis, tendo sido responsável por vários espetáculos. Entre 1998 e 2003, assegurou a direção artística do Auditório Nacional Carlos Alberto, a que se seguiu, de 2007 a 2018, a direção do Ao Cabo Teatro, antecedendo a direção do TNSJ, para a qual está nomeado até ao final de 2024.
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