Com obras de Andy Warhol, Fernão Cruz, Helena Almeida, Hugo Canoilas, Jimmie Durham, João Fonte Santa, Joaquim Rodrigo, Kiluanji Kia Henda, Luís Lázaro Matos, On Kawara, Tiago Alexandre e Tiago Baptista, entre outros artistas, "Dark Safari" ficará patente em dois polos, no Museu do Côa e no Centro Cultural de Foz Côa, até 30 de julho.
O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, disse à agência Lusa que a exposição “Dark Safari”, em Foz Côa, dá início à circulação da CACE por todo o território nacional, garantindo que o programa anual de aquisições cumpre a sua função principal, que é a de "colocar a arte em fruição pública, em linha com a estratégia de democratização do acesso à cultura, uma prioridade do Governo".
“A escolha de Foz Côa [distrito da Guarda] para acolher esta primeira grande exposição da CACE tem especial simbolismo: acontece num território de baixa densidade, distante das áreas metropolitanas, e, além do mais, é muito enriquecedor apresentar o trabalho de artistas contemporâneos num espaço que os coloca em diálogo com as primeiras manifestações artísticas do Homem, daquilo a que hoje poderíamos chamar de 'arte pública'", indicou o governante.
Segundo a curadora da CACE, Sandra Vieira Jürgens, esta exposição resulta de uma parceria entre a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a Fundação Côa Parque e o município de Foz Côa, sendo a primeira de um novo ciclo de exposições que será realizado até 2024 por vários espaços culturais do norte, centro e sul do país.
“Esta exposição de arte tem como objetivo dar a conhecer a Coleção [de Arte Contemporânea do Estado] a um vasto público e promover uma estratégia de promoção e de descentralização e desconcentração territorial da arte contemporânea, assente na valorização da criação, produção e exposição artísticas e no estabelecimento de sinergias entre as diversas instituições públicas e privadas”, frisou Sandra Vieira Jürgens à Lusa.
A exposição “Dark Safari” conta com curadoria dos artistas Sara & André e Manuel João Vieira.
“A grande maioria das peças que vai estar exposta foi adquirida pela Comissão de Aquisição de Arte Contemporânea em 2020 e 2021”, indicou a curadora da CACE.
A CACE é uma coleção de natureza pública, iniciada pelo Estado em 1976, através da antiga secretaria de Estado da Cultura e composta por obras realizadas em diversos suportes (pintura, desenho, gravura, fotografia, escultura, vídeo, instalação), na sua maioria, mas não exclusivamente de artistas portugueses.
Tutelada pelo Ministério da Cultura, através da DGPC, a CACE encontra-se depositada e disponível em instituições como a Fundação de Serralves, a Fundação do Centro Cultural de Belém, a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, o Centro de Arte Contemporânea de Coimbra e o Museu de Aveiro, entre muitas outras.
Para a tutela, a CACE é um elemento estrutural da política pública de arte contemporânea, tendo como missão garantir um acesso alargado ao património artístico contemporâneo nacional, privilegiando também a prossecução de políticas que valorizem, dignifiquem, preservem e estimulem a criação artística e o envolvimento da comunidade artística.
Tendo permanecido durante muito tempo uma coleção paralisada, sem novas aquisições, e fechada em depósto, na maioria dos casos, a CACE foi reativada em 2019, no âmbito de uma política pública de arte contemporânea que privilegia a criação artística nacional e a sua fruição em todo o território.
O Governo aprovou em 16 de setembro a aquisição de 73 obras de arte de 64 artistas, em 2022, no valor de 800 mil euros, que tinha sido anunciado como teto para este ano.
Entre as obras propostas para aquisição encontram-se trabalhos de Alice dos Reis, Ana Hatherly, Ana Mata, André Guedes, António Caramelo, Carlos Bunga, Catarina Lopes Vicente, Délio Jasse, Edgar Martins, Isabel Cordovil, Jonathan Uliel Saldanha, Leonor Antunes (autora da peça mais cara da lista, "Tapete", no valor de 64 mil euros), Manuela Marques, Maria Lino, Nástio Mosquito, Paulo Catrica e Rita GT, entre outros artistas.
Em Foz Côa, a exposição “Dark Safari” sucede à mostra “Graças Morais: Mapas da Terra e do Tempo”, que foi a mais visitada de sempre desde a existência do Museu do Côa (2010), atingindo 37.000 visitantes, “um número recorde”, como indicou à Lusa a presidente da Fundação Côa Parque, Aida Carvalho.
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