O espetáculo “Na medida do impossível”, de Tiago Rodrigues, estreia-se em 2024 em palcos portugueses, na Culturgest, em Lisboa, no âmbito do ciclo “50 Anos, 25 de Abril”, que inclui outras obras de palco, conversas e uma exposição.
A temporada da Culturgest para a primeira metade do novo ano, hoje divulgada por aquela fundação, apresenta três ciclos: “Corpos Políticos”, “50 Anos, 25 de Abril” e “Aqui, No Universo”.
O ciclo dedicado aos 50 anos da ‘Revolução dos Cravos’ inclui os espetáculos “Na medida do impossível”, “Louise Michel”, de Ana Borralho e João Galante, e “As areias do imperador”, de Victor de Oliveira, bem como uma conferência sobre “Abstenção” e uma exposição de Fernando Brito.
“Na medida do impossível”, que Tiago Rodrigues estreou em Genebra em 2022, foi elaborado a partir de entrevistas com trabalhadores das associações de ajuda humanitária Comité Internacional da Cruz Vermelha e Médicos Sem Fronteiras.
No âmbito deste espetáculo, a Culturgest acolhe também a conversa “Cuidar em estado de emergência”, moderada pela jornalista Margarida David Cardoso, com Tiago Rodrigues e a investigadora Susana Gouveia.
“Louise Michel”, estreado em outubro em Faro, é um espetáculo inspirado na feminista e anarquista francesa Louise Michel (1830-1905), e escrito a partir do texto “Deviam ter ficado em casa, seus idiotas”, de Rodrigo García, e do tema “Exit music (for a film)”, incluído no álbum “OK Computer” dos britânicos Radiohead.
Em palco estarão dez mulheres que “realçam o papel feminino na formação de movimentos políticos e sociais, desafiando a sua representação tradicional na esfera pública”.
No espetáculo “As areias do imperador”, que se estreou em Aveiro em setembro, e que conta com 15 intérpretes de Moçambique, Portugal e França, Victor de Oliveira “prossegue o seu caminho em torno das relações entre a Europa e África”.
A partir da trilogia homónima de Mia Couto, Victor de Oliveira continua o percurso iniciado em 2019, com “Incêndios” e, em 2021, com “Limbo”, nos quais questionava as consequências da guerra civil que durante 16 anos atingiram Moçambique e percorreram a sua infância, equacionando também as relações entre o Norte e o Sul.
O ciclo “50 Anos, 25 Abril” inclui também a conversa “Bomba-Relógio da Abstenção”, marcada para o Dia da Europa, 09 de maio, na qual “o público é convidado a intervir numa reflexão coletiva sobre as motivações da abstenção de voto e sobre como este fenómeno está a afetar a democracia na Europa”, e a exposição da obra “Mapa Orográfico do Território Português, à Escala 1:625000, Sujeito às Condições Luminosas do Dia 25 de Abril de 1974, às 08h00”, de Fernando Brito.
No primeiro semestre, acontece igualmente o ciclo “Corpos Políticos”, que “pensa o corpo fora da norma nas artes performativas”, com curadoria da bailarina e coreógrafa portuguesa Diana Niepce.
Este ciclo inclui performances de Diana Pierce, de Diana Anselmo e de Dan Daw, e debates com o especialista norte-americano Lennard J. Davis, o bailarino e coreógrafo australiano Marc Brew e o autor indiano Tito Rajarshi Mukhopadhyay, entre outros.
O terceiro ciclo da Culturgest para a primeira metade de 2024, “Aqui, no Universo”, é dedicado a conferências, acontece em parceria com o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e inclui um concerto da artista e produtora britânica Nik Colk Void com o artista digital francês MAOTIK.
Neste ciclo, reúnem-se “investigadores e pensadores em diálogo, que unem a cultura científica às preocupações humanas e às perturbações de origem humana”.
Na música, a juntar à estreia em palcos portugueses da dupla Autechre, em 12 de abril, e do concerto de Joana Sá, em 12 de janeiro, a Culturgest anunciou hoje as atuações do japonês Ryoji Ikeda, em 08 de maio, e de Bruno Pernadas, em 01 de março.
A programação para o primeiro semestre de 2024 inclui ainda a estreia da nova criação do bailarino João dos Santos Martins, a mostra de cinema AMPLA, a Câmera-Corpo - Mostra de Cinemas Indígenas do Brasil, o festival de cinema Indielisboa, uma exposição sobre os primeiros trabalhos de Júlia Ventura e duas exposições do italiano Enzo Cucchi, bem como os ciclos “Território”, com exposições em Lisboa (Fidelidade Arte) e na Culturgest Porto.
A Culturgest irá “celebrar” o final da temporada com o projeto “Paisagens Partilhadas”, do encenador suíço Stefan Kaegi, do coletivo Rimini Protokoll.
Nos dias 29 e 30 de junho e 06, 07, 13 e 14 de julho, “durante sete horas, o público é convidado a explorar as planícies e a floresta da Quinta do Pisão, no Parque Natural Sintra-Cascais e a descobrir sete projetos artísticos com obras de Chiara Bersani e Marco D’Agostin, El Conde de Torrefiel, Sofia Dias e Vítor Roriz, Begüm Erciyase, Daniel Kötter, Stefan Kaegi, Ari Benjamin Meyers e Émilie Rousset em diálogo com a natureza”.
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