“O projeto alcançou uma maturidade cultural, artística e de relação com a comunidade local e os diferentes públicos que faz dele um lugar incontornável e, definitivamente, o maior centro de arte contemporânea a sul do Tejo”, afirma à agência Lusa a secretária-geral da FEA, Maria do Céu Ramos.
Inaugurado em julho de 2013, o Centro de Arte e Cultura (CAC) funciona no edifício do antigo Palácio da Inquisição, que remonta ao século XVI, no centro histórico, ‘paredes meias’ com o Templo Romano, o museu da cidade e a Biblioteca Pública de Évora.
Considerando que esta primeira década do espaço foi “muito bem-sucedida”, a secretária-geral da FEA frisa que o CAC “é hoje um lugar de liberdade, de pensamento crítico, de diálogo, de reflexão que tem a arte como pretexto”.
Antes, “não existia [em Évora] um lugar onde através da arte se produzisse reflexão, questionamento, aprendizagem e também a experiência prazerosa de estar em relação com a arte, mesmo quando ela não é bela, mesmo quando ela é inquietante”, assinala.
Segundo Maria do Céu Ramos, o centro já apresentou, desde a sua abertura, 65 exposições, com uma média anual de seis mostras, envolvendo disciplinas como instalação, fotografia, escultura, pintura, vídeo, arte antiga e arte contemporânea.
Atualmente, o CAC acolhe as exposições “No tempo dos dias lentos”, com fotografias que revelam a ligação da família Eugénio de Almeida à cidade de Lisboa, e “Fenda”, que apresenta arte antiga e contemporânea, no convite a uma reflexão sobre a pobreza.
A responsável da FEA realça que a missão da fundação é promover a arte, a cultura e a educação, frisando que o CAC junta tudo isso com uma “programação pluralista, que representa várias correntes e que dá oportunidade aos artistas emergentes e aos que têm obra”.
“Todas as exposições que são feitas no CAC são originais”, fazendo com que o espaço seja “um centro de produção de exposições temporárias”, algumas em coprodução com outros centros de arte no mundo e outras com produção exclusiva, destaca.
O serviço educativo, sublinha a secretária-geral da FEA, é uma das componentes do espaço e uma das apostas da fundação, com um conceito de educação informal e iniciativas que incluem visitas guiadas às exposições e outras.
Em 2022, o serviço educativo fez 738 atividades, que abarcaram iniciativas com as escolas de todos os níveis de ensino do concelho, ateliês para famílias, entre outros projetos, adianta Maria do Céu Ramos.
A programação deste ano do Centro de Arte e Cultura fica marcada pelo início da itinerância de algumas das suas exposições, com mostras a ‘viajarem’ até aos concelhos vizinhos de Reguengos de Monsaraz, Redondo e, em outubro, também Estremoz.
“Mas há uma outra linha de trabalho que é já antiga na fundação, que é de cooperação transfronteiriça”, nota a responsável, referindo-se às “permutas anuais” com o Museu Estremenho e Iberoamericano de Arte Contemporânea de Badajoz (Espanha).
Aliás, conclui, a FEA definiu uma estratégia para a sua programação para os próximos anos que pretende “reforçar a componente internacional” e “a ligação entre a identidade da cidade e a identidade europeia”.
Criada por Vasco Maria Eugénio de Almeida, com o objetivo de desenvolver e valorizar Évora e a sua região, nos domínios cultural, educativo, social e espiritual, a FEA está a comemorar 60 anos de existência.
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