Importa referir que "Plantasia" é um álbum que se tornou uma espécie de culto desde que foi editado nos anos 1970. O disco, criado pelo canadiano Mort Garson, foi encomendado e distribuído pela loja Mother Earth e era oferecido aos clientes na compra de plantas para a casa. A edição limitada, recheada de sintetizadores, apostava em géneros variados, adaptados às características das diversas plantas.

E foram também dois géneros, relativamente distintos, que se juntaram no Musicbox Lisboa. O virtuosismo do jazz e de Bruno Pernadas foi posto à prova juntamente com a combinação mais eletrónica do músico/produtor/DJ Moullinex.

Claro que o desafio imposto não seria reinterpretar os temas à letra, ou melhor, à partitura, mas sim ganhar laivos dos dois tipos de música que os artistas podem oferecer. Claro que os sintetizadores tiveram grande preponderância em palco e ao longo de todo o concerto, porém foram-se acrescentando outros elementos que fazem todo o sentido, como o baixo, trompete e flauta - instrumentos de sopro interpretados por Diogo Duque. Importa também destacar Gui Salgueiro nas teclas e Diogo Arranja na bateria - elementos de outras andanças associadas aos projetos de Moullinex que também estiveram em palco para dar mais brilho a "Plantasia".

Plantasia

Do palco naturalmente natural, cheio de plantas, ouvou-se no arranque o tema dá nome ao disco, que voltaria para fechar as festividades, num álbum que foi percorrido fio a pavio e por ordem. Durante o concerto, enquanto os títulos das faixas apareciam na tela, na plateia esgotada o que se viu foram olhos fechados, muita dança e muita alegria.

Em alguns temas, foi notória a intervenção e mão dos arranjos, como no “Ode to an African Violet”, que bem poderíamos ouvir num concerto ou DJ set de Moullinex. Com gritos aqui e acolá, principalmente no fim de cada tema. Ou então de euforia ainda maior, como quando se ouviu o “You Don’t Have to Walk a Begonia”, cujo tom jovial e bem humorado e só fez dançar mais.

A despedida veio demasiado cedo. Afinal de contas, o álbum é curto e o concerto em pouco mais de uma hora já estava dado. Muitas palmas, agradecimentos de parte a parte, sem direito a encore e com um sentimento de que mais pessoas deviam ter direito a conhecer esta brincadeira ao vivo - ou pelo menos a uma gravação do concerto, que se espera que tenha acontecido.

Numa entrevista dada ao site Rimas & Batidas nas vésperas, falou-se da possibilidade de - se o concerto corresse bem e tivesse receptividade - se repetir no futuro a brincadeira. Dadas as circunstâncias, a pergunta que se faz agora é: quando e onde?

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