O Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, recebe em Berlim os seus homólogos da Polónia, República Checa, Eslováquia e Hungria, para comemorar a queda do muro e “a contribuição dos Estados da Europa central para a revolução pacífica” na ex-República Democrática Alemã, segundo anunciou recentemente a Presidência alemã.

Os cinco chefes de Estado entregam coroas de flores em memória das cerca de 140 pessoas que morreram ao tentar atravessar o muro, que entre 1961 e 1989 cercou a parte ocidental de Berlim numa distância de cerca de 165 quilómetros, e reúnem-se de seguida junto de uma escultura erigida em 2017 em memória da ajuda concedida pelos Estados vizinhos aos alemães do leste.

As Portas de Brandemburgo – símbolo da divisão histórica da Alemanha, que se tornou símbolo de liberdade – serão o palco do epicentro das comemorações populares, com um espetáculo multimédia que recordará os eventos do dia 9 de novembro de 1989.

O muro de Berlim, que dividiu, durante 28 anos, a Alemanha em duas partes, a República Democrática Alemã (RDA) e a República Federal Alemã (RFA), começou a ser derrubado na noite de 9 de novembro de 1989.

A atriz e cantora Anna Loos, que tem uma história pessoal de fuga da antiga Alemanha de Leste, foi a artista convidada para abrir a celebração, ao lado da Banda Internacional, que reúne um coletivo de músicos refugiados e não-refugiados, ajudados pela difusão de vozes de pessoas que testemunharam a queda do muro.

Ao longo desta semana, a cidade alemã assistiu à divulgação de imagens históricas e filmes sobre a Revolução Pacífica, acompanhados por instalações sonoras que ocuparam associações de artistas, museus e escolas.

“Durante a Revolução Pacífica, centenas de milhares de pessoas levantaram as suas vozes e contribuíram para a queda do Muro”, escreve a organização na página oficial do evento, que convidou as pessoas a escreverem a sua mensagem, sob o lema “A sua visão no céu de Berlim”.

Muitas dessas mensagens aparecerão este sábado, suspensas no ar, junto às Portas de Brandeburgo, relevando o processo de reunificação e remetendo os espetadores para um lugar e um tempo que agora são celebrados.

No total contam-se mais de uma centena de eventos, entre eles painéis de discussão, concertos, visitas guiadas, exibições de filmes, leituras e produções cénicas.

Através de uma aplicação gratuita para telemóveis, criada para o efeito, a “MauAR”, é possível visitar a cidade virtualmente antes da queda do muro.

Em Kurfürstendamm são contadas histórias de berlinenses que foram separados por causa do muro, na Schlossplatz a atenção fica centrada nas primeiras eleições livres e nas paredes dos edifícios da antiga sede da Stasi, os visitantes podem ver as exigências para a abolição da polícia secreta da então República Democrática Alemã.

Uma empresa de realidade virtual criou também uma experiência interativa para quem visita Berlim por estes dias, permitindo sentir a ansiedade e o nervosismo de quem se aproximava dos pontos de controlo de fronteira entre a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental, numa espécie de museu ambulante instalado dentro de um veículo automóvel.

Quem preferir, pode antes passear a pé pela cidade, com vários pontos a assinalar a presença do muro que foi derrubado há 30 anos e que permitiu a reunificação anunciada pelo ex-chanceler Helmut Kohl, em 1989.

Em alternativa, salas de cinema passam filmes de espionagem que remetem para o ambiente de tensão política e militar que dominava o período de guerra fria que se desmoronou com o muro de Berlim.

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