O criador e argumentista da série "Yellowstone" falou pela primeira vez sobre a saída de Kevin Costner como o patriarca John Dutton.
"Estou dececionado", disse Taylor Sheridan à The Hollywood Reporter (THR) numa longa entrevista onde se falou sobre os bastidores de todo o universo criado à volta do western, acrescentando que "encurta a conclusão da sua personagem. Não a altera, mas encurta".
Sheridan deu a entender à revista que a personagem nunca iria sobreviver para ver o fim da história, que não vai ser alterada em relação ao argumento original, quando "Yellowstone" foi pensado como um filme.
Em maio, a Paramount confirmou oficialmente o fim daquela que é série de maiores audiências da atualidade na televisão linear norte-americana, após a especulação de vários meses sobre o envolvimento na quinta temporada de Kevin Costner, que está dedicado à rodagem de "Horizon", um 'western' para o cinema dividido em quatro filmes, o que reduz a disponibilidade da sua agenda.
A THR avança que estão a decorrer negociações "para tentar convencer Costner a filmar algumas cenas para concluir a sua personagem, embora os argumentos ainda não estejam finalizados".
"Yellowstone" foi a pedra angular que lançou um universo de grandes sucessos, que já inclui "1883" e "1923".
Mas após a exibição dos primeiros oito episódios da quinta temporada entre novembro de 2022 e 1 de janeiro de 2023, surgiram notícias de que Costner só queria trabalhar durante uma semana nos episódios que faltam, o que estaria a ser "uma fonte de frustração" para Taylor Sheridan e a causar "problemas de moral" aos outros atores da série, que junta Luke Grimes, Kelly Reilly, Wes Bentley, Cole Hauser, Kelsey Asbille e Gil Birmingham.
Pela sua parte, Taylor Sheridan garantiu à THR que não existem problemas entre os dois, elogiando a sua contribuição artística.
"A minha opinião sobre o Kevin como ator não mudou. A sua criação de John Dutton é simbólica e poderosa... e nunca tive um problema com o Kevin que ele e eu não pudéssemos resolver pelo telefone”, esclarece.
"Mas a partir do momento em que os advogados se envolvem, as pessoas não conseguem falar umas com as outras e começam a dizer coisas que não são verdadeiras e tentam transferir a culpa com base na forma como reagem a imprensa ou o público. Ele encaixou muito disto e não sei se alguém merece isso", nota.
"O seu filme parece ser uma grande prioridade e ele quer mudar o rumo. Espero sinceramente que [o filme] valha a pena – e que seja bom", conclui sobre este tema.
A intenção da Paramount era avançar com a produção dos seis episódios finais de "Yellowstone" em agosto, para os estrear a partir de novembro, prazos que parecem cada vez mais improváveis por causa da greve dos argumentistas de Hollywood que começou a 2 de maio: Taylor Sheridan também parou.
E podem ser necessários mais episódios para concluir a história dos Dutton antes de avançar o confirmado 'spin-off' protagonizado por Matthew McConaughey.
"Se achar que são precisos 10 episódios para fechar, eles vão dar-me 10. Será o tempo que for necessário", assegura o criador da série.
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