A dança de Trump ao som da canção popular, a agitar os braços de forma sincopada, foi uma das imagens da campanha eleitoral.

Na noite de domingo, o 47º presidente dos Estados Unidos mais uma vez esboçou alguns movimentos de dança no palco, cercado pelo grupo americano de disco music da década de 1970.

A música, composta pelo líder da banda, Victor Willis, assim como por Jacques Morali e pelo produtor Henri Belolo, ambos franceses era, no entanto, originalmente um hino para a comunidade homossexual masculina, com códigos gay, começando pelos trajes estereotipados.

O refrão é sugestivo, ninguém ignora o seu significado: "É divertido ficar no Y.M.C.A./ Eles têm tudo para os jovens se divertirem/ Podemos passar tempo com todos os rapazes". A letra está bem distante das posições conservadoras de Trump, que preocupam a comunidade LGBTQIAP+.

Mas "Y.M.C.A." (acrónimo de "Young Men's Christian Association") não é um hino gay, reiterou o seu letrista Victor Willis, que anunciou em dezembro que planeava processar quem desse esse significado à canção.

"Demos uma oportunidade ao presidente Trump, independentemente do que pensaram dele no passado. Vamos ver o que ele fará no futuro e se ele tomar medidas para restringir os direitos LGBTQ, os Village People serão os primeiros a manifestar-se", escreveu no Facebook na sexta-feira.

A música já tinha sido utilizada durante os comícios republicanos em 2020, o que não agradou ao seu coautor, tradicionalmente vestido de polícia.

Após a sua mudança de posição e a sua resposta favorável ao convite de Trump para participarem na tomada de posse, choveram críticas ao grupo.

"Os Village People atuarão tanto para democratas quanto para republicanos. Não somos um grupo político. Nunca fomos e nunca seremos, embora alguns de vocês tentem fazer-nos parecer como tal", respondeu Willis no Facebook no domingo.

Enquanto isso, "Y.M.C.A." beneficiou deste golpe publicitário: mais de quarenta anos depois do seu lançamento, chegou aos tops, tornando-se novamente um sucesso comercial.