A imprensa brasileira deu conta do anúncio da morte da cantora, através do Instagram da neta Sofia Gilberto Oliveira, enquanto o diário britânico The Independent remeteu a confirmação para o Facebook do guitarrista Paul Ricci, que trabalhou com a artista e citou o filho João Marcelo Gilberto.
Nascida Astrud Evangelina Weinert, em 29 de março de 1940, em Salvador, na Bahia, filha de pai alemão e mãe brasileira, cresceu no Rio de Janeiro antes de se mudar para os Estados Unidos, onde viveu o resto da vida, como se pode ler no ‘site’ da cantora.
Astrud tornou-se conhecida a nível mundial por ser, em 1963, a voz de “Girl from Ipanema”, na versão de Stan Getz e João Gilberto, seu marido na altura.
A popularidade alcançada e o trabalho feito não tiveram correspondência na retribuição: não recebeu crédito no vinil original do disco “Getz/Gilberto” e, segundo vários relatos reunidos pelo jornalista Martin Chilton no jornal The Independent, em 2022, Astrud só recebeu 120 dólares pelos dias de trabalho, apesar de ter sido, de forma quase consensual, a maior responsável pelo sucesso do disco.
“Ela acreditava nas pessoas e confiava. Aproveitaram-se da natureza dela, da confiança e do seu desejo de fazer música”, disse o filho João Marcelo Gilberto ao Independent, no ano passado, jornal que lembra que Astrud Gilberto não voltou a atuar no Brasil depois de 1965.
Divorciada de Gilberto em 1964, lançou, um ano depois, o álbum de estreia, homónimo, com Antônio Carlos Jobim na guitarra. Também em 1965, editou “The Shadow of Your Smile”.
Seguiram-se mais de 10 discos, muitos deles sucessos de vendas, incluindo colaborações com ídolos seus como Chet Baker, com quem cantou o tema “Far Away”, no disco “That Girl from Ipanema”, e uma versão de “Fly Me to the Moon”.
Mais tarde, cantou “Desafinado” com George Michael, mostrando a sua relevância para a música ao longo de décadas, tendo, nesse mesmo ano de 1996, colaborado com o francês Ettienne Daho, no tema “Les Bords de Seine”.
Vencedora do Grammy em 1965 por “Girl from Ipanema”, Astrud Gilberto foi distinguida em 1992 com um prémio de carreira pela sua contribuição para o mundo do Jazz Latino. Em 2008, recebeu um Grammy Latino pela carreira.
Forte defensora dos direitos dos animais, escreveu sobre a necessidade de proteger o mundo animal e participou em campanhas de organizações como a PETA.
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