“Há muito tempo que pensávamos nesta possibilidade de fazer um espetáculo de homenagem ao Pedro [1970-2021] e que fechasse este ciclo todo dos Dead Combo”, disse.
O espetáculo, que está ainda em preparação, intitula-se “Esse olhar que era só teu”, faz parte da próxima temporada do Teatro Municipal São Luiz e está marcado para 28 de setembro.
Segundo o teatro municipal, o espetáculo contará com a participação de vários músicos e intérpretes, nomeadamente a fadista Aldina Duarte, com quem Pedro Gonçalves trabalhou, os guitarristas Gaspar Varela, Peixe e Marco Delgado, a pianista Joana Sá e o baterista Alexandre Frazão.
“Este concerto não é, portanto, nem uma celebração, nem uma despedida. É um encontro para a gigante família dos Dead Combo”, lê-se na sinopse do espetáculo.
A direção musical é de Filipe Melo, e o guitarrista Tó Trips – a outra metade dos Dead Combo - também se juntará em palco.
“Basicamente vai ser todo em torno da música dos Dead Combo e com músicos que se cruzaram no caminho com os Dead Combo e que vão tocar músicas deles”, resumiu José Morais.
Tó Trips e Pedro Gonçalves fundaram os Dead Combo em 2003 e juntos criaram composições instrumentais marcadas pelo rock, pelos blues, pela tradição da música portuguesa e com influências que se estendem a África e à América Latina.
Assumindo duas personagens - um cangalheiro e um 'gangster' -, a dupla criou para os Dead Combo temas nos quais ecoa música portuguesa, africana e americana, registada em álbuns como "Dead Combo - Quando a alma não é pequena", "Lusitânia Playboys", "Lisboa Mulata" e "Odeon Hotel".
"Um dos problemas é não saberem bem onde nos encaixar: no rock, na alternativa, na world music. Têm tendência para associar a música ao fado e não tem nada a ver. Também associam à música do [Ennio] Morricone, a Tim Burton, à cidade de Lisboa", diziam ambos em entrevista à agência Lusa em 2013, quando completaram dez anos de carreira.
Em outubro de 2019, os dois músicos anunciaram o fim do grupo e queriam fazer uma digressão de despedida pelo país que se estenderia por 2020, mas que a pandemia da COVID-19 adiou para 2021.
A digressão não foi terminada devido a problemas de saúde de Pedro Gonçalves, que morreu em dezembro de 2021 aos 51 anos.
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