A canção "A Vida Toda" é um dos maiores sucessos da carreira de Carolina Deslandes. Para fechar o novo álbum e um ciclo de caos, a cantora juntou-se a Diogo Clemente para uma "segunda parte" do tema.
"A canção começou quando eu ganhei o Globo de Ouro pelo tema 'Por Um Triz'. Uns tempos antes, tive a ideia de fazer esta canção porque, pronto, quando me separei a piada era... 'então, não era para a vida toda? não era para a vida toda?'. Eu e o Diogo já nos ríamos disso e é o Diogo que está a produzir o meu segundo disco deste ano, o 'Calma'", explica a cantora ao SAPO Mag.
"Esta canção foi produzida nas sessões de estúdio do 'Calma', não no 'Caos'", recorda a cantora. "Pedi para o Diogo gravar o baixo, sentei-me no estúdio e escrevi. Mostrei-lhe e emocionámo-nos muito os dois, foi um momento muito bonito. Ainda bem que conseguimos deixar em ata que sim, acabou, mas a história foi muito bonita. Somos muito amigos, temos três filhos e um disco em conjunto. Foi uma coisa quase de missão, de vamos deixar escrito que isto não foi uma piada, lançar 'A Vida Toda' não foi um erro, e nada disto foi um erro. É a vida acontecer", sublinha Carolina Deslandes.
Em a "A Vida Toda - parte II", a cantora também reflete sobre a solidão entre os aplausos. "Aplaudiram-me no Coliseu, eu sem colo e sem ser eu, só levantei a mão / Mas não dormia há cinco dias e depois de cinco dias, prémios só sabem a solidão", canta a artista.
"Quando recebi o Globo de Ouro de 'Por Um Triz' eu estava mal. Não estava fixe. Quando recebi o Globo por 'A Vida Toda' também estava mal, não estava fixe", revela ao SAPO Mag. "Pela primeira vez, percebi aquela cena do 'fogo, os artistas lá de fora têm tudo e, de repente, estão depressivos e estão internados'. E ficas a pensar que têm uma vida tão boa, uma carreira incrível... e, aí, foi a primeira vez que fiquei a perceber isso - a solidão dentro do sucesso. E é difícil explicar que tens tudo e te sentes tão triste. Parece quase ingratidão e não é - tens noção da sorte que estás a ter, só gostavas de estar noutras condições para receber essa sorte", sublinha.
"A Vida Toda - parte II", que fecha o disco "Caos", abre portas a "Calma", que chega em setembro. "Achei que era um ótimo terminar de ciclo, do disco, porque... concordo com o abraçar a tristeza, mas todos nós, até na mais profunda tristeza, temos de conseguir ver uma frecha de luz e sinto que a música final do disco tem isso, a frase final do disco trás isso: 'há sempre uma frecha de luz, há sempre uma esperança, uma alegria, uma semente que vem dar outra coisa. Há sempre'. Quis terminar o disco com uma nota de esperança".
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