O pequeno sucesso de "Bem-vindo à Zombieland" e o culto que lhe sucedeu gerou esta sequela que continua a jornada de quatros “cavaleiros do apocalipse” numa terra infestada por carcaças ambulantes.

Com 10 anos em cima, o espectador regressa à dita Zombieland (a "terra dos zombies") exatamente como a deixou e nisso sentimo-nos presos temporalmente a um cenário que nunca parece desenvolver, da mesma forma que as suas personagens carecem dessa mesma “dedicação”.

Novamente entrando no pós-modernismo "zombie", visto que este ano o autor americano Jim Jarmusch apostou numa brincadeira que não foi mais além da dita "prank" em "Os Mortos Não Morrem" [ver crítica], este “Zombieland: Tiro Duplo” tem a convencionalidade episódica de uma Hollywood rendida às degustações de plataformas de vídeo ou seja, através de episódios de humor (os "gags") que ocasionalmente ostentam algum primor e astúcia.

Neste registo e mesmo tendo ao dispor “bonecos”, Woody Harrelson aguenta na sua postura quase "overacting" e de certa maneira, caricatural com um determinado arquétipo americano, enquanto os outros atores dispõem-se pela automatização das suas próprias figuras.

“Zombieland: Tiro Duplo” entra em modo de repetição, o que é quase uma cobardia se pensarmos nas recordações do espectador que sempre ansiou por esta continuação (será mesmo?), quer nas piadas, na composição das personagens e na forma como aborda os ditos "zombies".

Pior, falta ao filme a “vitamina”, o conflito que motiva esta jornada com alguma razão. Resta um humor petrificado numa sequela fora de prazo de validade que continua a não fazer jus às regras de etiqueta do britânico "Zombies Party – Uma Noite … de Morte".

"Zombieland: Tiro Duplo": nos cinemas a 24 de outubro.

Crítica: Hugo Gomes

Trailer:

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