William Baldwin reagiu em fúria após Sharon Stone alegar que o famoso produtor Robert Evans a pressionou para dormir com ele durante a rodagem de "Sliver", de 1993 ("Violação de Privacidade" em Portugal) para conseguir que fosse melhor ator.

Conhecido ainda pelo filme "Mar de Chamas" (1991), aquele que é um dos irmãos mais novos de Alec Baldwin acusou a atriz de estar 'magoada' com ele por ter recusado as suas investidas românticas e ameaçou escrever um livro sobre as muitas 'perturbadoras, excêntricas e pouco profissionais' que conhece sobre ela.

A história do pedido de Robert Evans causou sensação na sua autobiografia “The Beauty of Living Twice" em 2021, onde não revelou as identidades ou o filme.

"Ele andava de um lado para o outro no seu escritório [...] enquanto me explicava por que eu deveria fo*** o meu colega protagonista para que pudéssemos ter química na tela. Agora, acham que se fizesse sexo com ele, ele iria tornar-se um bom ator? Ninguém é tão bom na cama. Senti que eles poderiam simplesmente ter contratado um colega protagonista com talento, alguém que pudesse fazer uma cena e recordar os seus diálogos", relatou.

A atriz recusou o pedido e disse que o seu trabalho era representar.

“Chamou-me ao escritório dele. Tinha aqueles sofás muito baixos dos anos 70 e 80, portanto basicamente estou sentada no chão, quando deveria estar no set”, contou no podcast de Louis Theroux, revelado na segunda-feira.

“E ele está a andar pelo escritório de óculos escuros a explicar-me que dormiu com a Ava Gardner e que eu deveria dormir com o Billy Baldwin, porque se dormisse com ele o desempenho melhoraria, e precisávamos que melhorasse no filme porque esse era o problema", recordou sobre o controverso e fracassado 'thriller' erótico que disse um dia que detestava e gostaria de fazer desaparecer todas as cópias.

Stone acrescentou que o produtor estava convencido que dormir com o ator faria com que o par tivesse "melhor química no ecrã" e isso "salvaria o filme".

A situação era desconcertante: “O verdadeiro problema do filme era eu, porque estava muito nervosa e portanto não era uma atriz a sério, que poderia simplesmente fazer sexo com ele e colocar as coisas no caminho certo. O verdadeiro problema é que eu era uma idiota”.

A atriz acrescenta que ficou frustrada porque os envolvidos na produção não ouviram as suas sugestões sobre o ator que deveriam escolher, como Michael Douglas.

"Não tive de fazer sexo com o Michael Douglas. O Michael chegava ao trabalho e sabia o que fazia, dizia os diálogos, ensaiava e estava preparado. Agora, de repente, estou no negócio de 'tenho de fazer sexo com os colegas'", desabafou.

Na rede social X (antigo Twitter), William Baldwin, agora com 61 anos, declarou: 'Não tenho a certeza por que Sharon Stone continua a falar de mim todos esses anos depois?'.

"Ela ainda tem um fraquinho por mim ou ainda está magoada depois de todos estes anos porque recusei as suas investidas?", acrescentou.

"Ela não disse à sua amiga Janice Dickinson no dia a seguir ao teste de ecrã tela e as encontrei no nosso voo MGM Grand de volta para Nova Iorque Iorque... 'Vou fazê-lo apaixonar-se tanto por mim que vai fazer a sua cabeça girar'? Tenho tanta roupa suja sobre ela que faria a cabeça dela girar, mas mantive-me quieto", continuou.

O ator termina com a ameaça de mudar de atitude: "A história do encontro que tive com o Bob Evans implorando para que ele me permitisse coreografar a cena final de sexo na foto em baixo para não ter que beijar Sharon é uma absoluta lenda. Será que deveria escrever um livro e contar muitas, muitas histórias perturbadoras, excêntricas e pouco profissionais sobre a Sharon? Isso pode ser divertido".

A FOTOGRAFIA EM QUESTÃO.

A mensagem nas redes sociais está a ser bastante criticada na zona de comentários, com acusações de misoginia e falta de classe.

Outras pessoas também disseram ao ator que conhecem o filme e ele realmente não fez um bom trabalho.

Robert Evans faleceu em 2019, aos 89 anos.

Foi um lendário magnata de Hollywood, conhecido no seu auge por salvar os estúdios Paramount, e pelo seu estilo de vida sensacionalista, que incluiu sete casamentos (incluindo com as atrizes Ali MacGraw e Catherine Oxenberg) e vícios como a cocaína.

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Durante a sua gestão do grande estúdio de Hollywood foram lançados filmes como "A Semente do Diabo" (1968), de Roman Polanski, "Love Story" (1970), de Arthur Hiller, "A Confissão", de Costa-Gravas", "O Padrinho" (1972) e a sequela (1974), ambas de Francis Ford Coppola, tal como "O Vigilante" (1974), e ainda "Serpico", de Sidney Lumet (1973).

Desagradado com as suas compensações financeiras pelos sucessos e desejoso de produzir filmes por si mesmo, fez um acordo com a Paramount e lançou-se de forma independente, com filmes como "O Homem da Maratona" (1976), "Domingo Negro" (1977) e "O Cowboy da Noite" (1980).

A seguir, tornou-se mais irregular e sem o mesmo sucesso, um período que incluiu "Cotton Club", novamente de Coppola, "O Caso da Mulher Infiel" (1990), "Violação de Privacidade" (1993), "Jade" (1995), "O Santo" (1997) e "Como Perder um Homem em 10 Dias" (2003).

Em 1994, escreveu a sua autobiografia incontornável "The Kid Stays in the Picture" [O rapaz fica no filme], que deu origem a um documentário igualmente celebrado com o mesmo título em 2002.