De acordo com o site TMZ, os resultados da autópsia ainda não foram divulgados mas, ontem, a viúva de Tony Scott reagiu à notícia divulgada pela ABC News de que ele sofreria de cancro no cérebro, desmentindo-a.
Também um dos médicos legistas responsáveis pela autópsia ao corpo do realizador, relatou que «a família disse ser incorreta a informação de que ele teria cancro inoperável no cérebro». O TMZ cita ainda outra fonte anónima, dizendo que «Tony Scott não teria qualquer outro problema de saúde severo que o poderia ter levado a suicidar-se».
De acordo com o Departamento de Polícia do Porto de Los Angeles, o cineasta britânico
Tony Scott passou uma vedação no lado sul da ponte Vincent Thomas, perto de Long Beach, California, e saltou para o rio, ao meio dia e meia local de domingo, 19 de agosto. Testemunhas no local afirmaram que ele não hesitou antes de saltar.
A polícia encontrou uma lista de contactos no seu Toyota Prius, estacionado na ponte, e uma nota de suicídio no seu escritório. A sua identidade foi confirmada por volta das 19 horas locais.
Irmão do também realizador
Ridley Scott, Tony Scott nasceu em North Shields a 21 de junho de 1944 e licenciou-se em Belas Artes no Royal College of Arts. O seu objectivo inicial era ser pintor, mas o sucesso do seu irmão na publicidade levou-o a mudar de rumo, onde teve imenso sucesso e dirigiu milhares de anúncios, além de um telefilme que adaptava «The Author Of Beltraffi», de Henry James.
O sucesso de Ridley em Hollywood com filmes como
«Alien, o 8º Passageiro» e
«Blade Runner - Perigo Iminente» bem como o salto para o cinema de outros publicitários britânicos como
Hugh Hudson,
Alan Parker e
Adrian Lyne, incentivou Tony Scott a tentar a sua sorte na realização. Assim, em 1982 assinou a sua primeira longa-metragem para o grande ecrã,
«Fome de Viver». Protagonizado por
Catherine Deneuve,
Susan Sarandon e
David Bowie, era um filme de vampiros de fotografia sumptuosa e grande rigor plástico, que se revelou um «flop» de bilheteira.
O fracasso devolveu-o à sua carreira de sucesso na publicidade, onde os produtores Jerry Bruckheimer e Don Simpson o foram buscar para dirigir
«Top Gun - Ases Indomáveis» (1985), que se tornou um dos maiores e mais emblemáticos sucessos da época. Além de ascender
Tom Cruise ao super-estrelato, a fita tornou-se um dos grandes símbolos do «blockbuster» de Hollywood, com um lado visual muito cuidado, emoções à flor da pele e uma banda sonora recheada de êxitos pop.
A história de sucesso seguiu-se em 1987 com outro imenso êxito de bilheteira,
«O Caça Polícias 2» (1987), a que se seguiu o «thriller»
«Vingança», protagonizado por
Kevin Costner.
Scott voltou a trabalhar com Cruise mas agora com o desporto automóvel como pano de fundo, em
«Dias de Tempestade» (1990), a que se seguiu um dos filmes de ação mais emblemáticos de
Bruce Willis,
«A Fúria do Último Escuteiro» (1991).
O seu filme mais elogiado chegou em 1993, com
«Amor à Queima Roupa», a partir de um argumento de Quentin Tarantino, e com um elenco que incluia
Christian Slater,
Patricia Arquette,
Dennis Hopper,
Christopher Walken,
Gary Oldman,
Brad Pitt,
Tom Sizemore,
Chris Penn,
Val Kilmer,
James Gandolfini e
Samuel L. Jackson.
Os «thrillers» bem ritmados, com interpretações poderosas e visualmente espetaculares continuaram a ser sempre o ponto forte da sua obra, em que dirigiu cinco vezes
Denzel Washington:
«Maré Vermelha» (1995),
«Homem em Fúria» (2004) e nos seus três últimos filmes,
«Déjà Vu» (2006),
«Assalto ao Metro 1 2 3» (2009) e
«Imparável» (2010).
Entretanto, Scott realizara também os «thrillers»
«Adepto Fanático» (1995), com
Robert De Niro e
Wesley Snipes,
«Perigo Público» (1998), com
Will Smith e
Gene Hackman,
«Jogo de Espiões» (2001), com
Robert Redford e
Brad Pitt, e
«Domino» (2005), com
Keira Knightley e
Mickey Rourke.
Além de realizadores, Tony Scott e o seu irmão Ridley continuaram uma carreira prolífica na área da produção para cinema e televisão através da empresa de ambos, a Scott Free Productions, cujo mais recente trabalho, o thriller televisivo de quatro horas «Coma», deverá ser exibido no próximo mês.
Entre os projectos de realização que Tony Scott tinha atualmente em cima da mesa contavam-se o filme de motas «Hell's Angeles», o drama de ação «Lucky Strike» e a muito aguardada de sequela de «Top Gun», com a participação de Tom Cruise.
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