A rodagem de “O Homem que Matou Don Quixote” (e não "Dom", como o livro), o projeto mítico e, para muitos, amaldiçoado de Terry Gilliam, começa em outubro.
A novidade foi anunciada durante uma conferência de imprensa ao lado de Paulo Branco no Festival de Cannes, onde ainda se ficou a saber que Olga Kurylenko, a Bond Girl de "007: Quantum of Solace" (2008) se vai juntar a Adam Driver, recentemente popularizado como Kylo Ren, o vilão de "Star Wars: O Despertar da Força", e Michael Palin, o antigo companheiro de Gilliam nos Monty Python.
Nesta que será a mais recente versão do projeto, a história decorre nos nossos dias e não no século XVII.
Driver será um exausto jovem publicitário que regressa à aldeia espanhola onde, quando era estudante, fez um filme baseado na obra-prima de Miguel Cervantes. As consequências foram catastróficas e empurraram Toby para um mundo de extravagâncias povoado por cavaleiros, donzelas em perigo e gigantes.
Palin será um habitante que acredita ser Don Quixote e Kurylenko interpretará a esposa do patrão de Toby.
A brincar, o realizador disse que queria "tirar este filme da minha vida para que possa continuar com o resto da minha vida", depois de ter tentado filmá-lo pelo menos seis vezes entre 1998 e 2014 com atores como John Hurt, Robert Duvall e Ewan McGregor.
Em 2000, chegou mesmo a começar a rodagem com Johnny Depp e Jean Rochefort, que teve de ser interrompida quando o ator francês ficou doente e surgiram problemas de financiamento. Essas e outras adversidades acabaram por estar na base do documentário " Lost in La Mancha" (2002).
"Finalmente, acho que consegui o elenco perfeito este ano. Conheci o Adam Driver, que é o tipo de pessoa que tenho andado à procura todos estes anos e graças a Deus por 'Star Wars', Adam Driver é um ator bancável. Podemos conseguir o financiamento."
Sobre a escolha de Palin, com 73 anos, disse que a amizade entre ambos era tão longa que não se tinha apercebido que seria um perfeito Don Quixote.
“Mike é essa pessoa, toda a gente gosta de Mike, em carne e osso, na rua."
Mas os outros Monty Python, acrescentou, eram "demasiado velhos e infelizes" para se conseguir trabalhar. "Mike é o simpático".
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