"Spartacus", o clássico do cinema realizado por Stanley Kubrick com Kirk Douglas no papel do escravo que liderou outros num exército que desafiou o Império Romano no século I a.C, entrou na arena política americana 58 anos anos após a data de estreia.
Esta quinta-feira, o senador democrata Cory Booker disse que "este é o mais próximo que vou estar na minha vida de um momento 'Eu sou Spartacus'" quando ameaçou desafiar as regras do Senado e divulgar documentos confidenciais sobre o serviço público de Brett Kavanaugh, o juiz que está por estes dias a ser ouvido por causa da sua confirmação para o Supremo Tribunal.
O político estava a referir-se à frase icónica pronunciada perto do final do filme, quando, depois de derrotarem e massacrarem os escravos, os romanos perguntam aos sobreviventes para identificarem o seu líder para fazerem dele um exemplo.
Quando Spartacus se levanta, outros adiantam-se e declaram em desafio "I am Spartacus" [Eu sou Spartacus], pretendendo sacrificar-se para o proteger.
O momento "ficou" e tem dominado as discussões de democratas e republicanos nas redes sociais , não obstante algumas disputas posteriores sobre se os documentos que Cory Booker publicou no Twitter ainda eram confidenciais.
O senador republicano Maro Rubio gozou com o episódio: "Neste dia em 71 A.C, o gladiador trácio Spartacus foi executado por Marcus Licinius Crassus por revelar pergaminhos confidenciais. Quando informado dias mais tarde que o Senado Romano já tinha divulgado publicamente os pergaminhos, Crassis respondeu, 'Oh, ok, enganei-me'".
O twitter oficial do Partido Republicano também foi rápido a fazer uma montagem com a cena do filme, comparando a Spartacus todos os democratas que enfrentarem Donald Trump nas eleições presidenciais de 2020.
Existe ainda outra razão para se falar tanto de "Spartacus" em Washington: a publicação na quarta-feira de um artigo anónimo no New York Times onde um alegado membro da administração Trump revela que existe um pacto secreto de resistência para travar os piores instintos do presidente e da sua agenda.
A especulação sobre a autoria do documento domina as conversas e muitos "suspeitos", incluindo o vice-presidente Mike Pence, têm vindo a desmentir qualquer responsabilidade.
Isto levou muitos a fazer a piada de que era um momento "Não sou Spartacus".
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