Seth Rogen admitiu que as críticas negativas aos filmes "magoam bastante toda a gente" envolvidas, revelando uma honestidade pouco habitual sobre o tema de alguém dentro da indústria.
"Acho que se a maioria dos críticos soubesse o quanto isso magoa as pessoas que fizeram as coisas sobre as quais eles estão escrever, pensariam melhor a forma como escrevem essas coisas", disse o ator durante uma conversa sobre saúde mental e falta de confiança no podcast "Diary of a CEO", via Variety.
O ator acrescenta que as críticas negativas aos filmes a que as pessoas envolvidas tanto se dedicaram deixam marcas para o resto da vida.
"É devastador. Conheço pessoas que, honestamente, nunca recuperaram disso – um ano, décadas a serem magoadas por [críticas de filmes]. É muito pessoal… É devastador quando se está a ser institucionalmente informado que a sua forma de se exprimir pessoalmente foi má, e isso é algo que as pessoas carregam com elas, literalmente, as suas vidas inteiras e percebo porquê. É uma m****", admitiu.
Na conversa entrou "Green Hornet", um filme de Michel Gondry de 2011 onde Rogen interpretava o super-herói e foi um dos argumentistas, ainda com Jay Chou, Cameron Diaz e Christoph Waltz no elenco.
"As críticas estavam a sair e eram bastante más. As pessoas detestaram-no. As pessoas estavam a ter bastante prazer em não gostarem. Mas abriu com tipo 35 milhões de dólares, que foi o melhor fim de semana de estreia a que estive ligado até essa altura. Funcionou muito bem", disse o ator, acrescentando que esse aspeto é simpático e pode ser uma espécie de consolação.
De facto, Rogen diz que foi "mais doloroso" aguentar as críticas negativas a "Uma Entrevista de Loucos", falando de uma "rejeição pessoal" à comédia que fez com James Franco em 2014 e onde também foi um dos argumentistas e realizadores, porque "as pessoas estavam a ter prazer em dizer mal sobre isso e a questionar os tipos de pessoas que quereriam fazer um filme como aquele".
"Pareceu muito mais pessoal. 'Green Hornet' foi como se eu tivesse sido vítima de uma espécie de coisa extravagante. Não foi tanto um falhanço criativo da nossa parte, mas um falhanço conceptual. Com 'Uma Entrevista de Loucos', as pessoas trataram-nos como se tivéssemos falhado criativamente e isso foi péssimo", explicou.
O ator diz que costumava reagir às críticas negativas com um belo jantar ou indo para a sua casa de férias ao pé da praia: "Qualquer fim de semana de estreia é uma m****. É stressante. É como um nascimento, é um processo inerentemente doloroso".
Entretanto, percebeu a melhor forma de reagir é continuar a trabalhar: "Essa é outra coisa engraçada sobre fazer filmes... a vida continua. Pode-se estar a fazer outro filme enquanto o teu filme [atual] está a ser um falhanço, o que é uma coisa engraçada. É agridoce. Sabe-se que as coisas vão ficar bem. Já se está a trabalhar".
"Se o medo é que o filme não funcione e não se voltar a encontrar trabalho, então não vale a pena preocupar-se com isso. Mas, às vezes, é emocionalmente complicado", admitiu.
Comentários