O realizador norte-americano Martin Scorsese voltou a criticar, esta terça-feira, os filmes dos estúdios da Marvel, descrevendo-os como produtos criados para o consumidor, o que provocou uma resposta do CEO da Disney, que saiu em defesa da sua subsidiária.
No início de outubro, o cineasta, de 76 anos, provocou uma polémica ao declarar que as longas-metragens da Marvel, concentrados no universo dos super-heróis, eram "parques de diversões" e não "cinema".
"Muitos dos elementos que definem o cinema como o conheço estão nos filmes da Marvel", escreveu.
"O que não está é a revelação, o mistério ou genuíno perigo emocional. Nada está em risco. Os filmes são feitos para satisfazer um conjunto específico de exigências e são projetados como variações num número finito de tema", argumentou Scorsese num longo artigo de opinião esta terça-feira (5) no jornal The New York Times, no Dia Mundial do Cinema.
As produções da Marvel são, segundo Scorsese, como todas as franquias cinematográficas modernas, "calibradas, testadas, modificadas [...] e modificadas novamente até que estejam prontas para o consumo".
O realizador disse que estava a dar um passo à frente para criticar a padronização da oferta cinematográfica em detrimento da diversidade.
"Se se der às pessoas apenas um tipo de coisa e vender incessantemente apenas um tipo de coisa, claro que vão querer mais disso", apontou Scorsese.
"Não penso que ele já tenha visto um filme da Marvel", respondeu Bob Iger, o CEO da Disney, que detém a Marvel, numa entrevista emitida pela BBC também na terça.
"Qualquer um que tenha visto um filme da Marvel não poderia fazer com honestidade essas declarações", acrescentou.
Nove dos 25 filmes de maior sucesso nas bilheteiras da história do cinema são do estúdio da Marvel, incluindo "Vingadores: Endgame", que bateu o recorde de "Avatar" no fim de julho.
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