Rui Pedro Tendinha considerou um «privilégio» acompanhar um «bocadinho» a fruição de
«O Senhor Puntila e o seu Criado Matti» e mostrar como é que se cria um espectáculo teatral sob a égide do João Lourenço, «um dos grandes criadores de teatro em Portugal».

Filmado em alta definição com uma máquina fotográfica profissional,
«Brecht – Livre Acesso» apresenta tons «fortes» e planos focados intercalados com desfoques «intencionais» na captação de conversas de bastidores, ensaios e entrevistas aos intervenientes da peça.

Depois dos documentários elaboradores em parceria com o Festival de Cinema Luso-Brasileiro «Beatriz Batarda, Beatriz Batarda» e «Acreditados», Rui Pedro Tendinha documentou o ambiente em redor dos ensaios da peça «O Senhor Puntila e o seu Criado Matti».

«Perguntei se podia ter livre acesso, instalar uma câmara e ver o que é que podia nascer dali. Felizmente nasceu dali uma peça que tem ganho muitos prémios e que é um dos maiores êxitos teatrais dos últimos anos em Lisboa», afirmou.

Um dos protagonistas do documentário, que fez a música para a peça, o músico luso-iraniano Mazgani, depois da produção teatral, «lançou-se numa pequena digressão pela Europa fora».

«Tive livre acesso a essa mini-digressão e vamos ver o que sai daí, estou neste momento ainda em montagem desse documentário», adiantou à Lusa.

O autor considerou uma «honra» apresentar o seu filme no Festival Internacional de Cinema do Porto, por ser um festival que frequentava primeiro enquanto cinéfilo, depois como jornalista e jurado, e «agora, pelos vistos, do outro lado». «Tudo isto é surreal, não é?», confessou Rui Pedro Tendinha.

A 31ª edição do Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto decorre até 6 de Março, no Teatro Municipal Rivoli.

SAPO/Lusa