David Ayer diz que existe uma "solução fácil" para resolver a atual crise à volta dos filmes dos super-heróis do universo DCU.
O realizador do primeiro "Esquadrão Suicida" reagia a uma análise recente da revista especializada The Hollywood Reporter (THR) que colocava como título "Para Onde Foram todos os fãs da DC?".
A pergunta é colocada após o balanço desastroso de 2022 e 2023, com os sucessivos fracassos nas bilheteiras de "Black Adam", "Shazam! Fúria dos Deuses", "The Flash" e "Blue Beetle", que se seguiram às desilusões lançadas no mercado afetado pela pandemia de "Mulher-Maravilha 1984" e a nova versão de "Esquadrão Suicida", realizada por James Gunn antes de ser nomeado pelo estúdio Warner Bros. um dos presidentes executivo da DC Studios, juntamente com Peter Safran.
Há muito que se debatem as possíveis razões para desinteresse dos fãs da DC, desde o universo desconjuntado de super-heróis ("Joker" e "The Batman" são filmes à parte), em contraste com a rival Marvel, à controversa dispensa de Henry Cavill como Super-Homem, as muitas polémicas de Ezra "The Falsh" Miller e o próprio anúncio no fim de janeiro do plano de uma nova visão da dupla Gunn-Safran que terá dado o sinal de que já não contavam as sequelas de "Shazam!" e "Aquaman", ou "The Flash" e "Blue Beetle".
A THR descreve "uma década" de decisões em constante mudança, danças de cadeiras na liderança, e críticos e fãs "excessivamente agressivos" que dividiu o 'fandom' de DC, como se pode constatar por uma rápida visita às redes sociais, mas também destaca os sinais confusos dados pela própria nova liderança da DC Studios, desde a manutenção da série "The Peacemaker" ao anúncio de que Blue Beetle era a primeira personagem da "nova" estratégia... mas não o primeiro filme, que será "Superman: Legacy", previsto para 2025, escrito e dirigido pelo próprio Gunn.
"Solução fácil. Deixem que os cineastas tenham a sua visão. Não funcionem por medo. Sejam ousados. Vejam o que funcionou. Não persigam o mercado. A DC sempre teve as melhores personagens do mercado editorial. A marca é sombrio, intenso e profundo", escreveu David Ayer ao artigo, manifestando a sua concordância com o ponto de vista que é defendido sobre o futuro da DCU depender da Warner ter a noção de que os fãs se interessam mais por realizadores com visão e estilos próprios, e menos por universos cinematográficos e 'cameos' [aparições especiais de estrelas].
A revista recorda que os filmes DC de maior sucesso e que geraram mais entusiasmo junto dos fãs partiram de nomes como Richard Donner ("Super-Homem"), Tim Burton e Christopher Nolan ("Batman"), Zack Snyder (do anterior universo DC, a partir de "Homem de Aço"), James Wan ("Aquaman") e Matt Reeves ("The Batman"), em contraste com a visão unificadora da Marvel, onde são mais importantes as personagens e os realizadores ficam num plano secundário.
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