A sexta edição do festival decorrerá no cinema São Jorge, de 12 a 16 de setembro, e contará com a presença de
Dario Argento, 71 anos, de quem serão exibidos os filmes
«Suspiria» (1977),
«Inferno» (1980) e
«Mother of Tears» (2007).
Dario Argento é um dos representantes, no cinema, do «giallo», um género nascido em Itália, de suspense, policial e thriller, e também «o maior mestre do terror europeu ainda em atividade», disse à Lusa Pedro Souto, um dos diretores do MOTELx.
A única secção competitiva do MOTELx, dedicada a curtas-metragens portuguesas, conta este ano com uma dezena de filmes, grande parte de produção independente, sem apoios financeiros, e algumas delas foram feitas por realizadores repetentes na competição do festival em anos anteriores.
Entre os selecionados estão «Até quando», de Jorge Cramez, «Tormenta», de Francisco Carvalho", «O reino», de Paulo Castilho, e «The Headless Nun», de Nuno Sá Pessoa.
Uma das novidades desta secção é que a curta-metragem vencedora ficará automaticamente selecionada para o prémio Méliès d'Or de Melhor Curta-Metragem Europeia, atribuído anualmente pela Federação Europeia de Festivais de Cinema Fantástico.
Este ano o júri é constituído pelos músicos e cineastas Filipe Melo e Paulo Furtado, e por um convidado internacional que será anunciado mais tarde.
Nesta edição destaque ainda para a exibição, na secção «Quarto Perdido», de dois filmes aparentemente distantes entre si, mas que têm uma forte ligação: «O território» (1981), de Raoul Ruiz, e «O estado das coisas» (1982), de Wim Wenders.
«O território», um filme de terror, é uma das primeiras colaborações entre o realizador chileno Raoul Ruiz e o produtor Paulo Branco. Inicialmente, o filme devia ter sido produzido por Roger Corman, mas acabou por ser produzido por Paulo Branco e rodado em Sintra.
Uma das atrizes do filme era namorada, na altura, do realizador alemão Wim Wenders e este terá gostado da rodagem de Ruiz. Pediu a Paulo Branco para fazer um filme com a mesma equipa técnica e artística, e com o mesmo cenário. Surgiu assim «O Estado das Coisas», premiado em Veneza, feito como se fosse um «making of» do filme de Ruiz, explicou à Lusa João Monteiro, da direção do MOTELx.
Em setembro regressará também a secção «Japão Retro», dedicada a Nobuo Nakagawa (1905-1984), considerado o pai do terror nipónico.
O MOTELx nasceu já em tempos de crise, por isso a organização conta sempre com alguma adversidade.
«Este ano começámos prevendo um cenário muito negativo, foi assim que construimos o orçamento, mas tem sido sempre assim», exclamou Pedro Souto, referindo que a organização tem tido mais hipótese de mostrar o que o festival vale, mas «mesmo assim não é fácil».
Lista das curtas-metragens portuguesas nomeadas para o Prémio MOTELx 2012:
«Aconteceu no Interior» - Ricardo Machado
«Até Quando» - Jorge Cramez
«Bruxa de Arroios» - Manuel Pureza
«The Headless Nun» - Nuno Sá Pessoa
«Leito de Maldição» - Paulo Teixeira Rebelo
«Mutter» - Tony Costa e Rafael Antunes
«O Princípio do Fim» - Joel Rodrigues e André Agostinho
«O Reino» - Paulo Castilho
«Silêncio (ABCD)» - Hélio Valentim e Ricardo Ferreira
«Tormenta» - Francisco Carvalho
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