A caminho dos
Óscares 2018
"Três Cartazes à Beira da Estrada" está nomeado para sete Óscares e muitos analistas acreditam que se algo pode correr mal com a corrida de "A Forma da Água" ao prémio principal, está aqui a maior concorrência e não de "Dunkirk".
Só que as críticas à sua volta intensificaram-se, principalmente após as vitórias nos Globos de Ouro e nos Screen Actors Awards.
Visto em Portugal por mais de 74 mil espectadores desde a estreia a 11 de janeiro, o filme mostra uma mulher (Frances McDormand) que decide alugar três cartazes à entrada da cidade para confrontar as autoridades com o assassinato não resolvido da sua filha adolescente, o que a coloca em choque com William Willoughby (Woddy Harrelson), o respeitado xerife, e principalmente com o adjunto Dixon (Sam Rockwell), um "menino da mamã" imaturo e racista com uma inclinação para a violência.
O realizador Martin McDonagh tem noção que existe uma polémica e com a cerimónia dos Óscares a poucas semanas de distância, falou dela pela primeira vez numa entrevista exclusiva com a Entertainment Weekly.
"Ela vem principalmente da ideia de que a personagem do Sam Rockwell, que é um cretino racista e preconceituoso, que esta personagem está aparentemente a ser redimida", explicou.
"Não acho que a sua personagem seja redimida de todo – ele começa como um parvalhão racista. Ele é basicamente o mesmo no fim, mas nessa altura ele percebeu que tem de mudar. Há espaço para isso e ele, até certo ponto, percebeu o erro do seu percurso, mas de modo algum é suposto ele tornar-se algum tipo de herói redimido da história.", acrescentou o britânico, também celebrado pelo seu trabalho como dramaturgo.
McDonagh admitiu que não é imune às críticas, apesar de escrever deliberadamente para provocar: "Mas não gosto de filmes que toda a gente adora. E não estamos a fazer filmes para miúdos de seis anos, não estamos a fazer 'Os Vingadores'. Estamos a tentar fazer algo que é um bocadinho mais difícil e complexo."
"É suposto ser deliberadamente um filme confuso e difícil. Porque é um mundo confuso e difícil. De certa forma temos de levantar um espelho para isso e dizer que não temos nenhum tipo de solução. Mas acho que há muita esperança e humanidade no filme e se olharmos para todas essas questões com isso no coração, podemos avançar para uma situação mais interessante", concluiu.
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