O escritor William Peter Blatty, famoso a nível mundial por "O Exorcista, faleceu na quinta-feira aos 89 anos.
A notícia foi dada nas redes sociais pelo realizador William Friedkin, o realizador do filme de culto: “William Peter Blatty, querido amigo e irmão que criou "O Exorcista", faleceu ontem".
William Peter Blatty era o último sobrevivente de um trio de escritores responsáveis por obras cujas adaptações ao grande ecrã resultaram em filmes decisivos na revolução do cinema norte-americano dos anos 70: os outros foram Mario Puzo, da saga "O Padrinho", e Peter Benchley, que escreveu "Tubarão".
O romance sobre dois padres jesuítas encarregues do realizar o exorcismo de uma jovem possuída pelo demónio foi publicado em 1971 e de imediato foi considerado um dos títulos maiores do terror, mantendo-se na lista dos mais vendidos do Ney York Times durante 57 semanas.
Apenas dois anos mais tarde, o filme tornou-se um gigantesco sucesso que ficou meses em exibição nas salas e o primeiro de terror a ser nomeado para os principais Óscares, valendo a Blatty um pelo argumento adaptado.
O escritor não esteve envolvido na arrasada sequela de 1977 com Richard Burton, "O Exorcista II: O Herege", mas publicou em 1983 o livro "Legion", uma continuação que depois adaptou ao cinema e resultou em "O Exorcista III" (1990), com George C. Scott, que foi bem recebida pelos críticos e tornou-se um razoável sucesso comercial.
Uma versão final do realizador foi lançada em vídeo a 25 de outubro de 2016.
Já este século, surgiu uma prequela cinematográfica, de que existem duas versões: "Dominion: A Prequela de o Exorcista", de Paul Schrader, mais psicológica e sem a violência que os produtores estavam à espera, o que levou ao seu despedimento e substituição por Renny Harlin, que alterou e refilmou a maior parte do argumento com quase todos os mesmos atores e resultou em "Exorcista - O Princípio".
Apesar de não ter estado envolvido nos projetos, descreveu a versão de Renny Harlin, um fracasso comercial e de crítica em 2004, como a sua "experiência profissional mais humilhante", mas considerou "Dominion", que os produtores autorizaram Schrader a lançar um ano mais tarde e que foi melhor recebido, como "um trabalho deslumbrante, elegante e com classe".
Ironicamente, antes de escrever "O Exorcista" e já depois do seu primeiro livro ("Which Way to Mecca, Jack?", 1960), Blatty começou a sua carreira no cinema a escrever comédias.
O primeiro argumento foi para "O Homem do Diners' Club" (1963) e depois deu-se o encontro decisivo com Blake Edwards, com quem assinou em "Um Tiro às Escuras" (1964), a sequela de "A Pantera Cor-de-Rosa" (1963) e manteve uma colaboração em "O que fizeste na guerra, paizinho?" (1966), "Peter Gunn, Detective Especial" (1967) e "Querida Lili" (1970).
Também da sua autoria foram os argumentos de "John Goldfarb, Please Come Home!/ Uma Americana num Harém" (1965), adaptado de um livro seu, "Promise Her Anything/ Não lhe Prometa Tudo" (1966) e "Olhos Verdes, Loira e Perigosa" (1969).
Como realizador fez ainda "O Crepúsculo dos Heróis" em 1980, uma adaptação de um livro que publicou em 1966 e foi reescrito no final da década seguinte, sobre um castelo no noroeste dos EUA que alberga soldados loucos. Apesar do fracasso comercial na época, acabou por se tornar um título de culto com a passagem dos anos.
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