Boas notícias para os fãs do lendário Francis Ford Coppola: "Megalopolis" vai estrear nos cinemas portugueses.
Projeto de paixão do cineasta, que financiou os 120 milhões de dólares de orçamento, os acordos de distribuição para o grande ecrã do épico estão a ser negociados de forma especializada país a país com o envolvimento do seu próprio advogado.
A imprensa especializada de Hollywood tinha relatado a perplexidade dos distribuidores nos EUA que assistiram ao filme de pouco mais de duas horas antes do Festival de Cannes.
Ainda sem distribuição na América do Norte, o processo acelerou com a estreia mundial no festival na semana passada, onde concorre à Palma de Ouro: através da distribuidora Midas Filmes, Portugal está na mais recente vaga de países confirmados revelada pela imprensa especializada, juntamente com os do Benelux, Escandinávia e antiga Jugoslávia (Sérvia, Croácia, etc.), Hungria, Chéquia e Eslováquia, Bulgária, Roménia, Grécia, Turquia, Israel e Austrália.
Antes, os direitos já tinham sido adquiridos para a Alemanha e todos os territórios de língua alemã, como a Áustria e Suíça, França, Itália, Espanha e Grã-Bretanha.
Em fase avançada de negociação estão as vendas para Polónia, Japão, China, Coreia do Sul, Sudoeste Asiático, Médio Oriente e América Latina.
A rede de cinemas Imax, especializada em ecrãs de grande formato, também anunciou que irá apresentá-lo em todo o mundo.
Coppola realizou, produziu e escreveu “Megalopolis” , que conta com atores como Adam Driver, Giancarlo Esposito, Nathalie Emmanuel, Aubrey Plaza, Shia LaBeouf, Jon Voight, Laurence Fishburne, Talia Shire e Dustin Hoffman, que dividiu a crítica de Cannes.
Algumas publicações americanas elogiaram o filme, que mistura política, filosofia, ficção científica e números musicais, mas a reação da crítica na Europa foi maioritariamente hostil.
A história conta os esforços de um arquiteto (Driver) ambicioso para fazer renascer Nova Iorque, enquanto enfrenta a oposição do presidente da câmara (Esposito).
Mas Coppola traça a história como uma parábola: Nova Iorque como a Roma republicana, os EUA como um império em decadência.
As alusões à história clássica do Império Romano são constantes, especialmente à história de Catilina, um político com uma reputação sangrenta que viveu entre 108 e 62 a.C.
E também há monólogos de Shakespeare, um pouco de latim, combates de gladiadores, reflexões sobre a história norte-americana, números musicais e um truque inesperado, uma artimanha que só poderia sair do chapéu de um génio, e que tornam "Megalopolis" um filme realmente difícil de distribuir pelo mundo todo.
Coppola garantiu em entrevistas que pensa nesta obra há 40 anos, que já reescreveu diversas vezes.
“Queria fazer um filme sobre a forma como um ser humano expressa o divino”, declarou há cinco anos.
"Diria que é o filme mais ambicioso em que trabalhei, mais do que 'Apocalypse Now'", disse o cineasta de 85 anos.
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