Em 2003, uma nova versão do filme "Um Golpe em Itália" juntou Charlize Theron com Mark Wahlberg, Edward Norton, Jason Statham, Seth Green, Mos Def e Donald Sutherland.
O filme andava à volta de um grupo de ladrões que se juntava para roubar 35 milhões de dólares em ouro em Veneza e envolvia sofisticadas cenas de ação, que obrigavam os atores a demonstrar perícia a manobrar carros.
Durante um painel na convenção (virtual) da Comic-Con São Diego, a atriz revelou o sexismo nos bastidores do filme, confirmando a forma diferente como as mulheres são tratadas quando as cenas envolvem ação: os produtores reservaram-lhe muito mais tempo do que aos colegas masculinos para preparar as cenas com carros.
E no fim, quem acabou por vomitar a conduzir foi o "duro" Mark Wahlberg.
"Claro que 'Um Golpe em Itália' foi uma ótima experiência, no sentido em que percebi que ainda havia tanto equívoco à volta das mulheres no género, embora neste filme a ação andasse realmente à volta dos carros", explicou.
"Tivemos que fazer fisicamente muitas daquelas coisas. A única coisa boa que saiu dessa experiência foi que havia uma pressão real para conseguir fazer essas cenas com os atores", continuou.
Só que houve "processo injusto", recordou, pois ela "era a única mulher com um grupo de homens e lembro-me claramente de ter recebido a agenda da nossa pré-produção e eles tinham-me programado mais seis semanas de treino de carro do que a qualquer um deles".
Charlize Theron recorda que a reação foi achar aquilo "bastante insultuoso", mas também contribuiu para a espicaçar e querer mostrar aos colegas que não só estava à altura do que era pedido, mas cosneguia ser melhor do que eles.
E recordou que, afinal, durante uma cena de treino mais intensa, foi Mark Wahlberg quem teve de encostar o veículo e vomitar por ter ficado enjoado após fazer tantas manobras de 360 graus.
Agora com muitos mais filmes de ação no currículo, nomeadamente "Aeon Flux", "Mad Max: Estrada Da Fúria" ou "Atomic Blonde", a atriz tem notado uma evolução positiva em relação aos seus primeiros anos de carreira.
"As boas notícias é que, de certa forma, mudámos o género para as mulheres. Acho que há muitas provas de que agora sabemos que não é possível esconderem-se atrás da ignorância. O público adora esses filmes", defendeu.
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