Filmes de Walter Salles, Pablo Larraín, Wang Bing e Pedro Almodóvar foram selecionados para a competição oficial do 81º. Festival de Cinema de Veneza, que arranca no final de agosto em Itália e cuja programação foi hoje anunciada.
Na competição pelo Leão de Ouro, revelada pelo diretor do festival, Alberto Barbera, figura “Ainda estou aqui”, do realizador brasileiro Walter Salles, com Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro.
Apresentado como "o filme mais emotivo e pessoal" de Walter Salles, “Ainda estou aqui” remete para o período da ditadura militar do Brasil, recuperando a história do político Rubens Paiva, que foi preso, torturado e morto, e da mulher, a ativista Eunice Paiva.
Na competição oficial figuram ainda “Homecoming”, de uma trilogia do realizador chinês Wang Bing, intitulada “Youth”, sobre transformações sociais no seu país, “Queer”, do italiano Luca Guadagnino, com Daniel Craig, a partir de uma obra de William S. Burroughs, e “Maria”, do chileno Pablo Larraín, sobre a cantora Maria Callas, interpretada por Angelina Jolie.
A estes filmes juntam-se ainda, entre outros, “The Room Next Door”, de Pedro Almodóvar, “Joker: Folie à deux”, de Todd Phillips, com Joaquin Phoenix e Lady Gaga (o primeiro filme ganhou o prémio máximo do festival em 2019) e “Babygirl”, da nerlandesa Halina Reijn, com Nicole Kidman, Harris Dickinson e Antonio Banderas.
O festival já tinha anunciado que o filme de abertura será "Beetlejuice Beetlejuice", de Tim Burton, revelando agora que o encerramento será com “L’orto Americano”, do italiano Pupi Avati.
Em Veneza serão ainda mostrados vários documentários, nomeadamente sobre o ator francês Jean-Pierre Léaud, sobre o grupo rock norte-americano Pavement e sobre o músico John Lennon e a artista Yoko Ono nos anos 1970.
Num regresso ao festival, o realizador filipino Lav Diaz apresenta "Phantosmia" e o norte-americano Harmony Korine estreia “Baby Invasion”.
Fora de competição serão mostradas algumas séries em antestreia, nomeadamente “Disclaimer”, de Alfonso Cuarón, “Los años nuevos”, de Rodrigo Sorogoyen del Amo, e “Familier som Vores”, de Thomas Vinterberg.
Na semana passada, o festival anunciou o programa paralelo "Dias dos Autores" ("Giornate degli Autori"), do qual fazem parte os filmes “Kora”, de Cláudia Varejão, e “Sempre”, de Luciana Fina.
“Kora” é uma curta-metragem sobre mulheres refugiadas que vivem em Portugal, a partir das fotografias que as protagonistas trazem consigo. Veneza descreve o filme como "um manifesto contra a guerra e a discriminação das mulheres".
"Sempre" é um documentário de montagem que a artista italiana Luciana Fina fez a partir dos arquivos da Cinemateca Portuguesa, a propósito dos 50 anos da Revolução de Abril de 1974.
O Festival de Cinema de Veneza vai acontecer de 28 de agosto a 7 de setembro, e o júri vai ser presidido pela atriz francesa Isabelle Huppert. A atriz norte-americana Sigourney Weaver receberá um prémio de carreira.
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