A produtora do filme sobre um romance gay abandono em cima da hora por Joaquin Phoenix falou publicamente pela primeira vez.
Segundo avançou a imprensa americana em meados de agosto, o vencedor do Óscar desistiu do projeto sem título oficial do realizador Todd Haynes apenas cinco dias antes do início das filmagens, numa altura em que os cenários em Guadalajara (México) já estavam montados. O filme foi cancelado e a equipa local ainda está à espera de ser paga, num prejuízo que, no total, pode ultrapassar "os sete dígitos".
"Uma história de amor entre dois homens detetives que decorre nos anos 1930 e com conteúdo sexual explícito" em que o outro protagonista seria Danny Ramirez ("Top Gun: Maverick"), as razões sobre os motivos do abandono são "confusas", disse a Variety: alguns membros da equipa acreditam que o ator "teve medo" das cenas de sexo, mas algumas fontes recordam que foi ele quem apresentou e desenvolveu o projeto com Haynes, envolvendo-se a seguir Christine Vachon, a produtora de longa data do realizador.
Numa conferência de imprensa 4 de setembro no Festival de Veneza para a sequela de "Joker", Phoenix recusou falar sobre o que aconteceu, justificando que estaria a dar a sua opinião, sem que os outros envolvidos estivessem presentes para dar a deles.
Foi o que aconteceu esta terça-feira, com Christine Vachon a rejeitar a ideia de que há uma história complexa por trás da interrupção da produção, mas descrevendo o resultado como uma "tragédia".
“Basicamente o que aconteceu é o que está aí para lerem. Não sei mais do que isso. Faria inconfidências se tivesse alguma coisa”, disse a produtora durante uma conferência no Festival de San Sebastian, no norte de Espanha, citada pela Deadline.
E explicou: “O Todd Haynes tem 62 anos. Não é velho, mas há um número finito de filmes que poderá fazer durante o seu tempo de vida. Considero-o um dos artistas de cinema mais extraordinários da sua geração. Para mim é uma tragédia a ideia de que o seu tempo foi desperdiçado e um filme não resulta de todo esse tempo a trabalhar com o Joaquin”.
E concluiu: "É isso que não consigo ultrapassar. A ideia de que nós, como comunidade cultural, perdemos a oportunidade de ter um novo filme de Todd Haynes é uma tragédia”.
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