Graças aos seus recentes sucessos nas bilheteiras, Timothée Chalamet e Glen Powell estão a ser vistos como os mais prováveis sucessores de Leonardo DiCaprio e Tom Cruise por uma Hollywood que depende há muito tempo de estrelas envelhecidas, revela a revista Variety.
Estrelas de Hollywood das últimas décadas como Cruise, Brad Pitt, Denzel Washington, Tom Hanks e George Clooney estão com mais de 60 anos. Harrison Ford já vai nos 81.
Robert Downey Jr. tem 58 e acabou de ganhar um Óscar, mas o último filme como protagonista foi o desastroso "As Aventuras do Dr. Dolittle". Will Smith tem 55 e ainda não foi testado nas bilheteiras após dar uma bofetada a Chris Rock na cerimónia dos Óscares de 2022 antes da ganhar a estatueta de Melhor Ator. Dwayne Johnson vai nos 51 e Leonardo DiCaprio tem 49, mas trabalha pouco. Adam Sandler tem 57 e transferiu-se para a Netflix, enquanto Jim Carrey, de 62, praticamente reformou-se.
Graças a "Barbie", Ryan Gosling está no auge da carreira, mas tem 43 anos, pelo que Timothée Chalamet, com 28 anos, e Glen Powell, com 35, emergiram a sério como os dois que podem preencher especificamente o espaço de DiCaprio e Cruise numa indústria que não conseguiu criar o tipo de estrela de cinema masculina da próxima geração.
A diferença em relação a atores popularizados pelos universos dos super-heróis? Passaram o teste das bilheteiras, enquanto Tom Holland por exemplo, com 27 anos, ainda não conseguiu provar consistentemente que atrai espectadores aos cinemas quando não é Peter Parker e o Homem-Aranha.
"O que mais há por aí? Temos o Glen Powell e Chalamet a abrir uma nova base de talentos com estrelas lucrativas. Isso é maravilhoso para o público, mas ainda mais, um enorme alívio para a indústria, que depende de talentos envelhecidos há muito tempo”, destacou à Variety o analista Jeff Bock, da Exhibitor Relationships.
Segundo a publicação, Chalamet recebeu oito milhões de dólares pelo musical "Wonka" e verá o salário subir para os dois dígitos graças a esse sucesso e o de "Dune - Duna: Parte 2".
"Não consigo imaginar nenhum outro ator no planeta que pudesse ter interpretado Willy Wonka e ter o sucesso que ‘Wonka’ teve. Precisa-se que tudo funcione no mundo de hoje. A propriedade intelectual [reconhecível] por si só não é suficiente”, disse Josh Goldstine, presidente de marketing mundial da Warner Bros., que liderou as campanhas dos dois filmes.
Além disso, o executivo descreveu o seu empenho nas trincheiras das campanhas de promoção como o sonho dos responsáveis pelo marketing em Hollywood: "Ele quer ganhar, ele sabe como ganhar e faz as perguntas certas. Respeita e importa-se com os seus fãs. Sente uma responsabilidade para com eles".
“Podemos contar com uma ou duas mãos, em qualquer faixa etária, das pessoas que são legítimas estrelas de cinema. Timothée é absolutamente isso”, disse Mary Parent, produtora de “Dune”.
Por outro lado, Glen Powell, um secundário que se destacou ao lado de Tom Cruise em "Top Gun: Maverick", conseguiu o feito de alcançar o sucesso com algo que não é uma propriedade intelectual: "Todos Menos Tu", da Sony, já passou os 210 milhões de dólares nas bilheteiras após ter custado apenas 25, tornando-se a comédia romântica para adultos de Hollywood mais lucrativa em oito anos.
A diferença em relação a Chalamet é que falta ser o protagonista de uma grande saga, com fontes conhecedoras a dizerem à Variety que a sua cotação está agora acima dos cinco milhões de dólares, mas destinada a disparar em negociações para futuros filmes, incluindo a sequela da comédia romântica e um "Top Gun 3".
“O Glen é o clássico exemplo de talento a coincidir com a oportunidade”, destacou Tom Rothman, o presidente e CEO da Sony.
“É isso que os sucessos de bilheteira conseguem, ao contrário dos filmes de streaming: dão aos grandes atores a oportunidade de causar um verdadeiro impacto cultural. O Glen é uma presença verdadeiramente carismática no ecrã", completou.
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