Pode parecer incrível, mas é verdade: "A Batalha das Pop-Tarts" (“Unfrosted” no original) é o primeiro filme realizado por Jerry Seinfeld e será lançado pela Netflix a 3 de maio, menos de uma semana após festejar os 70 anos.
O comediante falou sobre a sua estreia surpreendentemente tão tardia, principalmente tendo em conta que fez 180 episódios entre 1992 e 1998 de "Seinfeld", uma das séries de maior impacto na história da TV.
"Foi totalmente novo para mim. Achei que tinha feito coisas giras, mas não era nada parecido com a forma como estas pessoas [do cinema] trabalham. São tão sérios! Não fazem ideia que a indústria do cinema acabou. Não fazem ideia", disse numa entrevista à revista GQ.
E continuou: "Não lhes disse isto. Mas o cinema não ocupa o topo da hierarquia social e cultural como durante a maior parte das nossas vidas. Quando estreava um filme, íamos todos ver se fosse bom. Todos nós falávamos dele. Citamos diálogos e cenas que gostávamos. Agora estamos a passar por muitos desafios para conseguir fazer algo, só a tentar perceber".
Seinfeld mostra-se pessimista quando o jornalista lhe pergunta o que substituiu o cinema.
"Depressão? Mal-estar? Eu diria confusão. A desorientação substituiu a indústria cinematográfica. Toda a gente que conheço no mundo do entretenimento pergunta todos os dias: ‘O que está a acontecer? Como é que se faz isto? O que devemos fazer agora?'”, diz.
Seinfeld diz que está mais protegido desta desorientação reinante porque tem uma carreira no mundo da comédia 'stand-up' que 'é mais valiosa do que nunca'.
“Stand-up é como se se fosse um marceneiro e toda a gente precisa de um tipo que seja bom com madeira. … Existem árvores por todo lado, mas fazer uma mesa bonita não é tão fácil", destacou antes de esclarecer que quem for bom nessa área especializada "fica de certa forma imune aos caprichos da indústria".
"O público está agora a migrar para o stand-up porque é algo que não se pode fingir. É como mergulhar de uma plataforma. Alguém pode dizer que é um mergulhador de plataforma, mas em dois segundos podemos perceber se é verdade ou não. É disso que as pessoas gostam no stand-up. Eles podem confiar nisso. O resto é tudo falso", concluiu.
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