O realizador Miguel Gomes afirmou hoje à agência Lusa que “será uma boa surpresa” se o filme “Grand Tour” for nomeado para os Óscares de 2025, mas considerou difícil consegui-lo.
A Academia Portuguesa de Cinema revelou hoje que “Grand Tour”, de Miguel Gomes, é o candidato de Portugal a uma nomeação para os prémios norte-americanos de cinema, os Óscares.
A longa-metragem, que em maio valeu a Miguel Gomes o prémio de melhor realização no Festival de Cinema de Cannes, em França, é candidata a uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional em 2025.
“O meu comentário é: Ótimo. Tenho a certeza que o distribuidor americano ficará contente com isso. Sobre a hipótese, a perspetiva que eu tenho sobre a possibilidade de uma nomeação, eu diria que acho difícil”, disse Miguel Gomes à agência Lusa.
Para o realizador português, a academia de cinema dos Estados Unidos “é muito poderosa, mas também algo conservadora”.
“Uma coisa é Cannes, que é mais aberto a propostas de cinema menos ‘mainstream’, menos industriais. A academia americana é composta por membros, produtores, realizadores, pessoas da indústria, que é muito poderosa, mas também algo conservadora e onde conta muito essa componente industrial, que não é propriamente o que associamos ao cinema português”, sublinhou.
A 97.ª edição dos Óscares está marcada para 2 de março de 2025 em Los Angeles, nos EUA, sendo os nomeados revelados a 17 de janeiro. A 17 de dezembro serão conhecidos os finalistas de onde vão sair os cinco nomeados em várias categorias, incluindo Filme Internacional.
“Será uma boa surpresa caso aconteça [uma nomeação], não ficarei triste, mas eu não poria o meu dinheiro nisso”, afirmou.
"Grand Tour", protagonizado por Gonçalo Waddington e Crista Alfaiate, foi produzido por Uma Pedra no Sapato, em coprodução com Itália, França, Alemanha, China e Japão.
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