A notícia a meio de novembro de que Denzel Washington vai ser o general Aníbal no cinema está a gerar consternação e controvérsia em alguns setores da Tunísia, o atual país daquele do líder militar de Cartágo que foi um dos maiores estrategas da Antiguidade e da história.
Ainda sem título, o projeto para a Netffix é um sonho com mais de duas décadas do ator norte-americano de 68 anos sobre aquele que desafiou o poder crescente de Roma com o seu exército, que incluía 38 elefantes, atravessando os Pirenéus e os Alpes, obtendo grandes derrotando os romanos em grandes batalhas durante as Segundas Guerras Púnicas entre 218 e 201 a.C..
Mas segundo o jornal francês Courrier International (citado pela Variety), existe consternação na comunicação social e no parlamento da Tunísia sobre a representação do general como um africano negro.
"Existe o risco de falsificar a História: precisamos tomar uma posição sobre este assunto", terá dito o político tunisino Yassine Mami, notando que Aníbal era um semita da Ásia Ocidental.
Um editorial do La Presse, um jornal local em língua francesa, vai no mesmo sentido, defendendo que representar o general como um africano negro é um "erro histórico" segundo a opinião dos "tunisinos e muitos observadores".
Já a Ministra da Cultura optou por outra abordagem.
"É ficção. Têm o direito de fazer o que quiserem. Aníbal é uma figura histórica e todos temos orgulho de ele ser tunisino. Mas o que podemos nós fazer?", disse Hayet Ketat-Guermazi, citada pelo jornal francês Le Monde.
Pragmática, a política diz que está a tentar negociar com a Netflix para que uma parte da rodagem seja na Tunísia, com a intenção de relançar o país como local para a produção de filmes estrangeiros.
Ainda sem datas de produção, o filme será realizado por Antoine Fuqua, que dirigiu Washington pela primeira vez em "Dia de Treino" (2001), que lhe valeu um Óscar, e ainda numa nova versão de "Os Sete Magníficos" (2015) e na trilogia "The Equalizer" (2014-2023).
O argumento está a ser escrito por um nome de respeito: John Logan, o mesmo de "Gladiador" (2000).
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