A Assembleia da República foi o cenário escolhido para a antestreia da obra do realizador
Joaquim Leitão e do produtor Tino Navarro, numa atitude «muito significativa e carregada de simbolismo», como comentou o deputado comunista António Filipe. Afinal foi na «casa da democracia» que Cunhal exerceu o cargo de deputado da 1ª à 5ª legislatura (1976-1989) e foi ministro sem pasta nos primeiros governos de transição. «Curiosamente num gabinete mesmo aqui ao lado», assinalou António Filipe no Salão Nobre do Parlamento, o local escolhido para a exibição de
«Até Amanhã, Camaradas».
O espaço foi, aliás, pequeno para receber a multidão de convidados da ZON e da MGN, com destaque para políticos, atores, amigos e familiares de Álvaro Cunhal, que trocaram fortes abraços e palavras emotivas.
«Até Amanhã, Camaradas» ficou concluído no ano em que se assinala o centenário do nascimento de Álvaro Cunhal (10 de novembro de 1913) e quase uma década após a exibição da série de seis episódios pela SIC (2005).
«Todo o material que está no filme estava na série. A novidade é que surge condensado, de seis para três horas, e é apresentado de modo diferente. Houve um cuidado e uma atenção especiais na qualidade de imagem, na montagem e na música. Mesmo quem tenha visto a série vai ter uma experiência nova quando vir o filme», disse o realizador Joaquim Leitão ao Sapo Cinema.
A ação de «Até Amanhã, Camaradas» passa-se em 1944, «num país oprimido por uma ditadura retrógrada, servida por uma polícia política implacável (a PIDE)». O filme retrata a luta de militantes e funcionários do Partido Comunista, que desenvolvem a sua acção na clandestinidade contra o regime.
«Com o devido respeito pelas diferenças do tempo e da história, é um tema que continua muito atual perante a situação do país, dos trabalhadores e do nosso povo com esta política de austeridade e de retrocesso social e até civilizacional», considerou o atual líder dos comunistas Jerónimo de Sousa.
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