"Aliens, o Recontro Final" (1986) e "Titanic" (1998), dois dos filmes mais emblemáticos das respetivas décadas, dificilmente teriam tido o mesmo impacto sem a presença das suas atrizes protagonistas. Sigourney Weaver e Kate Winslet, respetivamente Ellen Ripley e Rose DeWitt Bukater, iniciaram aí colaborações com James Cameron, realizador de ambos os títulos, que se mantêm na nova obra do norte-americano, "Avatar: O Caminho da Água".
Nada menos do que uma das estreias mais aguardados do ano, a sequela de "Avatar" (2009) conta, tal como o primeiro capítulo, com Weaver no elenco, agora numa nova personagem, e introduz Winslet ao universo de criaturas azuis e animação digital topo de gama.
"Esperei o melhor. Ele é preciso, meticuloso, e acho que o que me entusiasmou, acima de tudo, foram as personagens que ele criou", confessou Winslet ao falar da segunda colaboração com Cameron durante a conferência de imprensa virtual.
"O Jim sempre escreveu para mulheres, personagens que não são apenas fortes mas líderes, que lideram com o coração, com integridade, que defendem a sua verdade, assumem o seu poder", acrescentou a atriz australiana que encarna Ronal. "Senti-me lisonjeada por ter sido convidada", assinalou.
"A personagem da Kate vai para a batalha grávida de seis meses e não hesita", avançou James Cameron. Mas a coragem também move a figura mais jovem que Sigourney Weaver interpreta, depois de ter vestido a pele de Grace, que morreu no primeiro filme. Em "Avatar: O Caminho da Água", a norte-americana regressa como Kiri, uma adolescente filha do avatar da sua personagem anterior.
"Felizmente há uma ligação", nota a atriz. "Começámos a falar dela em 2010, quando tivemos a ideia de uma rapariga que se sente mais confortável na floresta com as criaturas, a flora e a fauna. Mas o mérito é todo do Jim, ele quis criar uma personagem complexa", sublinha.
"Há aspetos maravilhosos nela, mas também tem falhas. Adorei ter tido a oportunidade de interpretar alguém que considero uma adolescente genuína em vários aspetos, que está a descobrir características brilhantes. Senti-me muito honrada e empolgada, entusiasmada, assustada", recorda.
Entusiasmo e exigência
Além do entusiasmo partilhado por ambas as atrizes, a experiência implicou doses elevadas de exigência e dedicação. "Claro que ele não esperava menos do que isso", salientou Winslet, que nas filmagens susteve a respiração debaixo de água durante sete minutos e quinze segundos, batendo um recorde ‘on set’ anteriormente detido por Tom Cruise.
O esforço esteve à altura do acolhimento sem reservas que a australiana diz ter tido ao juntar-se ao universo "Avatar". "Quando cheguei, fui recebida neste mundo criado por estas pessoas, como a Zoe [Saldaña] e o Sam [Worthington]. O que eles fizeram no primeiro no filme foi criar a pulsação. Uma coisa é o que o Jim escreve, outra é chegar ao que ele quer dizer, dar-lhe vida, ritmo e sangue. É extraordinário fazer parte disso. Não é uma interpretação. Não são coisas que surgiram num determinado dia. É um universo, é amor, algo palpável, que sentimos, um espaço no qual entramos".
Weaver realça que, apesar da exigência, não faltaram condições para que o resultado fosse o melhor possível. "Felizmente tive muito tempo para me preparar e fui a aulas do secundário e outras coisas, para ouvir o tom das vozes de adolescentes. Há um enorme intervalo em quem é um adolescente entre os 12 e os 15 anos. E quando percebi isso, estava pronta para deixar a Kiri sair, inspirando-me também em quem eu era aos 14 anos. Era uma confusão. Isso deu-me muito com que trabalhar. Gostei muito de sair da minha redoma e tornar-me algo rebelde.
"Avatar: O Caminho da Água" estreia-se esta quinta-feira, 15 de dezembro, em mais de 200 salas portuguesas, e conta ainda com Sam Worthington, Zoe Saldaña, Stephen Lang, Michelle Yeoh, Vin Diesel ou Edie Falco no elenco. Para as duas primeiras semanas de exibição em Portugal, estão previstas 2472 sessões.
"Avatar" permanece o segundo filme mais visto nos cinemas portugueses desde que há estatísticas sistematizadas sobre a exibição cinematográfica, com 1,25 milhões de espectadores.
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