“É uma carreira muito difícil para seguir a pensar nos prémios”, considerou a atriz na sala de entrevistas, nos bastidores da 96.ª edição dos Óscares. Randolph conseguiu a consagração aos 37 anos.

“O bonito e o difícil de ser uma atriz é que requer resiliência e autoconfiança e acreditar em nós mesmos quando mais ninguém acredita”, afirmou. “Quando estamos constantemente a ouvir 'não' e dizemos 'vou continuar em frente'”.

Randolph era a favorita para vencer a estatueta pelo papel de Mary Lamb no filme de Alexander Payne, numa categoria em que ultrapassou veteranas da indústria como Jodie Foster.

“Embora isto possa desafiar a nossa saúde mental, também a pode fortalecer, porque temos de nos fortificar de uma forma que algumas pessoas nunca têm de fazer”.

A atriz, que teve uma das passagens mais longas da noite pela sala de entrevistas, frisou a importância de mais atores negros serem vistos e terem destaque, e fez a sua defesa de maior diversidade.

“Esforço-me por autenticidade, por uma qualidade que permita que haja um novo padrão onde possamos contar histórias universais em corpos negros, e possam ser aceites e apreciadas pelas massas”, sublinhou. “Não é só televisão negra, filmes negros, pessoas negras, mas uma performance universal que pode ser apreciada por todos”.

Da’Vine Joy Randolph também mencionou a força dos criativos que vêm de comunidades com poucos recursos.

“Por serem comunidades desfavorecidas, a coisa bonita que irrompe é a imaginação e criatividade, porque não têm muito mais”, disse. “Por isso têm uma capacidade inata de criar. É uma dádiva”, continuou, referindo que isso facilitará o trabalho quando aparecerem os recursos necessários.

“Algo em que penso que nós, pessoas negras, somos boas é a fazer muito com muito pouco”, considerou. “É um super poder e algo que devemos aplaudir”.

A 96.ª edição dos prémios da Academia decorreu esta madrugada no Dolby Theatre, em Hollywood, e consagrou “Oppenheimer” como Melhor Filme.